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Unigel ameaça demitir funcionários na Bahia e em Sergipe por falta de acordo com a Petrobras
Empresa cobra definição da estatal sobre os preços do gás natural e diz que pode demitir centenas de trabalhadores nas fábricas de ureia automotiva
01/08/2023 13h53
Por: Ramon Santos (DRT-6448/BA)
Unigel é maior fabricante de fertilizantes nitrogenados do Brasil (Divulgaçãoi/Divulgação)

A petroquímica Unigel, responsável pela produção de ureia automotiva, um produto essencial para reduzir a emissão de poluentes nos veículos a diesel, está prestes a demitir centenas de funcionários nas suas unidades de Camaçari, na Bahia, e de Laranjeiras, em Sergipe. A empresa cobra da Petrobras uma definição sobre os preços do gás natural, matéria-prima para a fabricação da ureia, até esta segunda-feira (31).

Segundo o site BP Money, parceiro do Bahia Notícias, a Unigel enviou uma mensagem à estatal no dia 28 de junho, solicitando um acordo para viabilizar a continuidade das operações. Caso contrário, a empresa afirmou que iniciaria as demissões já nesta segunda-feira, para evitar multas trabalhistas.

A Unigel retomou a produção de ureia automotiva na fábrica de fertilizantes nitrogenados no Polo Petroquímico de Camaçari no início de julho, após um pedido do Ministério do Meio Ambiente. A fábrica estava paralisada desde fevereiro de 2020, quando foi vendida pela Petrobras à Unigel. A reativação da unidade foi considerada uma medida emergencial para evitar o desabastecimento de ARLA-2 (Agente Redutor Líquido Automotivo), um aditivo que é misturado à ureia e injetado no escapamento dos veículos a diesel para reduzir as emissões de óxidos de nitrogênio.

Em entrevista ao É Notícias, alguns trabalhadores da Unigel manifestaram sua preocupação com a situação. “Estamos apreensivos com o futuro da empresa e dos nossos empregos. A Unigel é uma das maiores empregadoras da região e a sua paralisação teria um impacto negativo na economia local”, disse um operador da fábrica de Camaçari, que preferiu não se identificar. “Esperamos que a Petrobras e a Unigel cheguem a um acordo justo e que possibilite a manutenção das atividades”, completou.

Outro funcionário da unidade de Laranjeiras também expressou sua angústia. “Trabalho aqui há mais de dez anos e nunca vi uma situação tão crítica. A gente não sabe se vai receber o salário do mês, se vai ter emprego amanhã, se vai ter como sustentar a família. É uma incerteza total”, afirmou.

A Petrobras e a Unigel não se pronunciaram oficialmente sobre o assunto até o fechamento desta edição.