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Bahia não oferece transplantes de coração, pulmão e pâncreas; pacientes são enviados para outros estados
Pacientes baianos sofrem com a falta de transplantes de órgãos vitais no estado
23/08/2023 17h47
Por: Ramon Santos (DRT-6448/BA)
Foto: Reprodução

A Bahia é um dos estados brasileiros que não realiza transplantes de órgãos vitais como coração, pulmão e pâncreas. Os pacientes que precisam desses procedimentos têm que ser transferidos para outras unidades federativas, onde enfrentam a concorrência com os moradores locais na fila de espera. A situação gera angústia e incerteza para quem depende de um novo órgão para sobreviver.

O estado até chegou a iniciar os transplantes de coração e pulmão em 2015, no Hospital Ana Nery, em Salvador, mas interrompeu os serviços em 2018. Segundo o coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, Eraldo Moura, a decisão foi tomada pelo próprio hospital, que alegou baixa demanda e falta de estrutura. O transplante de pâncreas nunca foi realizado na Bahia.

“A unidade hospitalar que fazia o transplante fez opção em parar e a gente desde então a gente tem como não tem um volume tão grande de paciente, então a gente fez estratégias, essa opção de aguardar e organizar serviço para voltar a funcionar”, disse Moura.

O tema dos transplantes ganhou destaque recentemente, após o apresentador Fausto Silva revelar que precisa de um novo coração por causa de uma insuficiência cardíaca. Na Bahia, Moura afirma que os transplantes de coração devem ser retomados em setembro, no mesmo Hospital Ana Nery. Já os de pulmão devem voltar a ser feitos em 2024.

“O cardíaco que foi suspenso há dois anos está reativando agora. Nossa meta é reativar ele já em setembro. Já o transplante de pulmão a programação é que no próximo ano a gente avalie a reativação desse programa. A gente já fez em 2016 e 2017, mas parou só que a gente quer ativar também”, explicou.

Moura disse ainda que o transplante de pâncreas não é ofertado na Bahia por causa da baixa quantidade de pacientes que necessitam do serviço. Ele afirmou que os casos são raros e não têm urgência.

“São muito poucos pacientes. É um transplante que tem uma quantidade muito pequena de pacientes que precisam de um pâncreas. Para o nosso momento agora não temos essa demanda. Quando tem algum paciente é um paciente que também não tem urgência nenhuma”, enfatizou.

Os pacientes baianos que aguardam por um transplante de coração, pulmão ou pâncreas são encaminhados para outros estados através do Tratamento Fora do Domicílio (TFD), um programa do Sistema Único de Saúde (SUS) que custeia as despesas com transporte, hospedagem e alimentação. No entanto, eles só recebem o órgão se não houver nenhum candidato compatível na lista local.

Cada estado possui listas próprias de transplantes, que seguem critérios como ordem cronológica, gravidade do quadro clínico e tempo de espera. Os pacientes baianos são enviados principalmente para São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro.

“Nossos pacientes são encaminhados para outros outras unidades, para São Paulo, Ceará têm transplante de pulmão e o Rio de Janeiro que começou agora também”, informou Moura.