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Foragido da Operação Frisson é preso em condomínio de luxo em Mata de São João
Homem estava foragido desde junho e faz parte de organização criminosa que lavava dinheiro com jogo do bicho
03/10/2023 19h34
Por: Redação
Foto: Reprodução

Um dos seis denunciados pela Operação Frisson, que investiga a exploração do jogo do bicho e a lavagem de dinheiro no Espírito Santo, foi preso nesta terça-feira (3) em um condomínio fechado em Mata de São João, na Bahia. O homem, que não teve a identidade revelada, estava foragido desde junho deste ano, quando foi deflagrada uma nova fase da operação.

A Operação Frisson começou em 2021, com o apoio da Polícia Federal e da Receita Federal, e cumpriu diversos mandados de busca e apreensão em residências e empresas dos investigados. Segundo o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), os envolvidos formavam uma organização criminosa que ocultava bens, direitos e valores obtidos com a exploração do jogo do bicho, com décadas de histórico de lavagem de ativos.

A denúncia do MPES aponta que o grupo adquiriu bens de alto valor, como imóveis, avião, helicóptero, iates, veículos de luxo, joias e valores, e se servia da agiotagem para mascarar a origem ilícita dos recursos. Além disso, os denunciados misturavam os valores de fontes diversas para confundir os órgãos de controle, utilizando o sistema financeiro oficial para circular parcela dos valores, geralmente por depósitos em dinheiro vivo.

Com a denúncia, foram deferidos também pedidos de indisponibilidade e alienação antecipada de bens, como medidas preparatórias aos requerimentos dos confiscos ordinário, subsidiário e alargado do patrimônio indevido. No total, foi solicitada e deferida judicialmente a restrição sobre 51 imóveis, três embarcações, um avião, um helicóptero, 28 veículos e uma motocicleta.

O valor do dano causado pela organização criminosa foi calculado em R$ 60.491.735,89, enquanto o valor dos bens incompatíveis com a renda lícita dos denunciados foi estimado em R$ 64.679.731,06.

A prisão do foragido na Bahia foi realizada pela Polícia Civil do Espírito Santo, com o apoio da Polícia Civil da Bahia. O preso será encaminhado ao sistema prisional capixaba. Os demais denunciados já estão presos preventivamente. Os crimes investigados estão previstos na Lei 12.850/13 (organização criminosa) e na Lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro).