A manhã desta segunda-feira foi marcada por tensões na Câmara de Vereadores de Mata de São João, quando a vereadora Simone Prado (PSDB), integrante do grupo do prefeito João Gualberto (PSDB), fez declarações contundentes sobre supostas práticas de favorecimento em indicações para cargos na prefeitura.
Durante sua fala na sessão, Prado levantou a questão da imparcialidade, principalmente na Secretaria de Educação, alegando que algumas nomeações beneficiam determinadas pessoas em detrimento de outras. Ela mencionou diretamente alguns colegas vereadores, citando as indicações de cargos para a esposa de Marcus Theófilo (UNIÃO), que ocupa a função de diretora, e para a esposa de Jair Bispo (PSDB), entre outras.
“Eu vinha pedindo, pedindo há mais de 1 ano. Daqui a pouco eu vejo a nomeação. Quem botou outro vereador, então isso é um absurdo, é um absurdo. Isso é uma parcialidade. A gente precisa ser imparcial. Vereadores da base têm que ter o mesmo direito de ser tratados da mesma forma”, destacou a vereadora.
Em resposta, o vereador Marcus Theófilo questionou a fala de Prado, afirmando não entender o motivo de mencionar sua esposa. Ele sugeriu que questões pessoais deveriam ser tratadas diretamente com o executivo, fora do ambiente legislativo.
A tensão se estendeu quando Prado pediu a Theófilo um espaço para esclarecer suas declarações, mas o vereador encerrou sua fala sem conceder esse espaço. Posteriormente, o presidente da Câmara permitiu que a vereadora explicasse suas observações, afirmando que não questionava a capacidade das pessoas indicadas, mas apelava pela imparcialidade nas nomeações.
O jornalista Ramon Santos, que acompanhou a sessão da Câmara de Vereadores de Mata de São João, analisou o embate entre a vereadora Simone Prado e o vereador Marcus Theófilo. Segundo ele, a fala de Prado revela uma insatisfação com o grupo político do qual faz parte, que não teria atendido aos seus pedidos de nomeação na prefeitura. Santos afirmou que esse tipo de prática é comum na política e que muitas prefeituras são usadas como “cabide de empregos” por alguns vereadores.
“É lamentável que alguns vereadores venham a público reclamar que não conseguiram indicar pessoas para cargos na prefeitura, como se fosse um direito deles. Isso mostra que eles não estão preocupados com o interesse público, mas sim com o seu próprio benefício. Isso é uma afronta à ética e à moralidade”, disse Santos.
O jornalista concluiu que a polêmica na Câmara de Vereadores de Mata de São João não é um caso isolado, mas sim um reflexo de uma cultura política que se espalha por todo o país. Ele disse que é preciso combater a corrupção, o nepotismo e o clientelismo, que são males que afetam a democracia e o desenvolvimento do Brasil.