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Operação Argento na Bahia combate lavagem de dinheiro de facção criminosa nacional
MPBA cumpre sete mandados no estado e prende operador financeiro em Vitória da Conquista
14/11/2024 17h47
Por: Ramon Santos (DRT-6448/BA)
Foto: MPBA

Nesta quinta-feira, dia 14, o Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), em parceria com a Polícia Militar, deflagrou a “Operação Argento” para desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro vinculado a uma facção criminosa com atuação nacional. Durante a operação, coordenada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e pela Receita Federal, foram cumpridos seis mandados de busca e um de prisão preventiva nas cidades baianas de Vitória da Conquista e Urandi, onde um dos principais operadores financeiros da organização foi preso.

A Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 2 bilhões em bens e valores relacionados à facção, impondo a indisponibilidade de ativos de 101 pessoas ligadas ao grupo. Antes da operação, o MPRN analisou 468 contas bancárias utilizadas pela organização, onde foram movimentados cerca de R$ 1,6 bilhão entre 2014 e 2024. O homem preso pelo Gaeco baiano é considerado um dos principais comparsas de Valdeci Alves dos Santos, conhecido também como Pintado, Vermelho, Prateado, Colorido ou Tio, apontado como líder do esquema. Valdeci permanece preso em uma unidade do Sistema Penitenciário Federal desde abril de 2022, mas mantinha as atividades criminosas por meio de comparsas e parentes de confiança.

O grupo lavava os recursos por meio de empresas de fachada, transações imobiliárias de imóveis de luxo e compra de cavalos de raça. Durante o cumprimento dos mandados na Bahia, foram apreendidos dinheiro, celulares, joias e outros materiais que serão periciados para aprofundar as investigações.

A “Operação Argento” é um desdobramento da “Operação Plata”, realizada em fevereiro de 2023, que já havia desvendado parte da estrutura da facção, levando a prisões e condenações de diversos membros. No total, a ação inclui sete mandados de prisão preventiva e 29 de busca e apreensão, cumpridos na Bahia, além de outros estados, como Rio Grande do Norte, São Paulo e Pará, ampliando o cerco às operações financeiras ilícitas da organização.