O senador Jaques Wagner (PT) negou, nesta sexta-feira (22), qualquer disputa interna com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, também do PT, em relação às indicações de aliados para cargos na reforma administrativa do governo da Bahia. A declaração surge após rumores de que os dois ex-governadores estariam competindo por espaço no governo de Jerônimo Rodrigues (PT).

Em entrevista à imprensa, Wagner descartou a ideia de uma "guerra" política com Rui Costa ou com o atual governador, Jerônimo Rodrigues. "Eu acho que a maior das especulações, e eu sugiro que não entrem nessa canoa de uma guerra eu com o Rui ou com o Jerônimo. Não existe essa possibilidade. Eu acho que são três lideranças maduras. É bom que cada um tenha a sua coloração, a sua característica, mas isso não quer dizer adversidade", afirmou o senador.

Wagner, que lidera o governo Lula no Senado, garantiu que não está em disputa com as lideranças petistas da Bahia. Ele ressaltou que mantém diálogos internos com Jerônimo e Rui sobre a definição de novos nomes para o governo, mas negou qualquer conflito direto sobre cargos. "Não tem disputa nenhuma, não estou disputando nenhum cargo dentro do governo de Jerônimo. E imagino que o Rui também não. Aí cabe ao governador fazer as mudanças que ele acha conveniente para dar mais dinâmica, eventualmente, nas áreas que ele considerar que estão precisando dessa alavancagem. É um critério dele. Posso ter conversas com ele, com o Rui, mas são conversas de consulta interna. A decisão é de quem tem a caneta, quem tem a caneta é Jerônimo", afirmou.

As especulações sobre um possível embate entre Rui e Wagner começaram a circular após informações de que o ministro da Casa Civil estaria tentando nomear seu aliado, Marcus Cavalcanti, para o cargo de secretário da Casa Civil. Atualmente, Cavalcanti ocupa o posto de secretário especial do Programa de Parcerias de Investimentos.

Enquanto isso, Wagner mostrou interesse na promoção de Lucas Reis, um de seus principais aliados, para uma posição no governo. Nos bastidores, fala-se que Rui Costa estaria apresentando ao governador Jerônimo Rodrigues duas opções para a Casa Civil: um ex-executivo do setor privado com experiência na área de saneamento e Nestor Duarte, ex-secretário de Administração Penitenciária da Bahia, que já havia sido tentado por Rui em uma indicação anterior. Além disso, outro nome que circula nas discussões é o de Rita de Cássia Sarmento Bonfim, diretora-executiva de Empreendimentos da Embasa.

No campo de Wagner, a relação com Leonardo Góes, atual presidente da Embasa, pode resultar em uma possível troca de comando na empresa para manter sua influência. A disputa por cargos estratégicos, especialmente na Embasa, remonta a períodos anteriores da relação entre Wagner e Rui, com aliados próximos indicando que essa competição por influência é um tema recorrente desde quando Wagner governava o estado.

Embora a Embasa não seja considerada a principal posição cobiçada entre lideranças políticas, é vista como o foco central da disputa interna entre Wagner e Rui Costa.