Recentes investigações revelaram a infiltração de organizações criminosas no setor imobiliário de Toronto, Canadá. Escutas telefônicas capturaram Angelo Figliomeni, suposto líder da máfia 'Ndrangheta em Toronto, em conversas com desenvolvedores imobiliários, indicando uma possível colaboração para lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas no mercado imobiliário local. Muitas vezes o brasileiro considera que crimes como estes somente ocorrem no Brasil, mas de fato esse não é o casso. Os crimes estão por todas as partes, e a sociedade precisa estar atenta, seja qual for a circunstância.
Situações semelhantes têm sido observadas no Brasil, especialmente no Litoral Norte da Bahia, onde o mercado imobiliário tem enfrentado desafios relacionados a atividades que apresentam potencialidades criminosas. A região, conhecida por suas praias paradisíacas e crescente valorização imobiliária, tornou-se alvo de especulação imobiliária e grilagem de terras.
Em outubro de 2020, uma operação da Secretaria da Segurança Pública (SSP) resultou na prisão de uma quadrilha formada por policiais militares acusados de grilagem de terras no Litoral Norte. Os suspeitos atuavam em localidades como Barra do Jacuípe e Monte Gordo, em Camaçari, e estavam envolvidos em homicídios relacionados às disputas fundiárias.
Além disso, investigações apontam que grupos criminosos têm se infiltrado no mercado imobiliário local, utilizando documentos fraudulentos para reivindicar a posse de áreas valorizadas. Essas ações não apenas prejudicam os proprietários legítimos, mas também afetam investidores e moradores, gerando insegurança jurídica e desvalorização dos imóveis.
A grilagem de terras no Litoral Norte da Bahia destaca a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa e de políticas públicas eficazes para combater a corrupção e a criminalidade no setor imobiliário. A integridade do mercado imobiliário é essencial para o desenvolvimento econômico sustentável e para a proteção dos direitos dos cidadãos.
No extremo sul da Bahia, por exemplo, Em Porto Seguro, uma operação deflagrada em agosto de 2024 resultou na prisão de oito pessoas acusadas de vender licenças ambientais fraudulentas para facilitar a construção de empreendimentos imobiliários. O esquema envolvia servidores públicos que, em troca de propina, emitiam licenças irregulares, prejudicando o meio ambiente e a economia local.
Voltando para o litoral norte, a região tem enfrentado problemas com invasões de terras. Terrenos invadidos no Litoral Norte são vendidos na internet por valores entre R$ 5 mil e R$ 40 mil, sem qualquer documentação legal, evidenciando a atuação de grileiros e a falta de fiscalização efetiva.
Esses casos evidenciam a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa e de políticas públicas eficazes para combater a corrupção e a criminalidade no setor imobiliário, tanto no Canadá quanto no Brasil. A integridade do mercado imobiliário é essencial para o desenvolvimento econômico sustentável e para a proteção dos direitos dos cidadãos.