Política & Economia Economia
Energia Elétrica mais barata faz IPCA desacelerar para 0,16% em janeiro
Queda nas tarifas de luz e combustíveis alivia inflação, mas preços de alimentos ainda pressionam o bolso dos consumidores
11/02/2025 10h23
Por: Tatiane Almeida
Caio Coronel/Itaipu/Divulgação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal termômetro da inflação oficial no Brasil, registrou uma desaceleração em janeiro, fechando o mês com uma variação de 0,16%. O resultado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa uma queda significativa em relação ao índice de 0,56% observado em dezembro de 2023. Um dos principais fatores para essa desaceleração foi a redução nas tarifas de energia elétrica, que impactou diretamente o bolso dos consumidores.

O grupo "Habitação", que inclui gastos com energia elétrica, água e esgoto, foi o que mais contribuiu para a desaceleração do IPCA em janeiro. A energia elétrica registrou uma queda de 4,78% no mês, o maior recuo desde o início da série histórica do IBGE, em 2019. Essa redução foi impulsionada pela bandeira tarifária verde, que permaneceu em vigor durante todo o mês de janeiro, sem acréscimos nas contas de luz. Além disso, a redução de tributos sobre a conta de energia, como a diminuição da alíquota do PIS/Cofins, também contribuiu para o cenário de tarifas mais baixas. A queda no preço da energia elétrica foi sentida em todas as regiões do país, com destaque para o Sudeste, onde a redução chegou a 5,45%. No Nordeste, a queda foi de 4,12%, enquanto no Sul, Centro-Oeste e Norte as reduções ficaram em 4,78%, 4,02% e 3,82%, respectivamente.

Além da energia elétrica, outros grupos de despesa também contribuíram para a desaceleração do IPCA. O grupo "Transportes", por exemplo, registrou uma queda de 0,12%, influenciado principalmente pela redução nos preços dos combustíveis, como gasolina (-0,72%) e etanol (-1,34%). A queda nos preços dos combustíveis foi impulsionada pela redução nos valores internacionais do petróleo e pela política de preços adotada pela Petrobras. Por outro lado, alguns grupos apresentaram alta, como "Alimentação e bebidas", que subiu 0,48% em janeiro. Itens como o feijão-preto (12,34%) e a batata-inglesa (10,67%) foram os que mais pressionaram o grupo, refletindo os impactos das condições climáticas adversas na produção agrícola. 

A desaceleração do IPCA em janeiro reforça a tendência de controle da inflação no Brasil, após um ano de 2023 marcado por taxas mais elevadas em alguns meses. Analistas econômicos destacam que a redução nas tarifas de energia elétrica e a estabilidade nos preços dos combustíveis são fatores positivos para o cenário inflacionário, mas alertam para possíveis pressões em setores como alimentação e serviços.

O Banco Central, que tem como meta manter a inflação dentro do limite de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, deve continuar monitorando de perto os indicadores econômicos. A expectativa é que, com a manutenção da política monetária atual e a continuidade de medidas que reduzam custos para os consumidores, a inflação permaneça sob controle ao longo de 2024. Em resumo, a queda no IPCA de janeiro reflete um alívio momentâneo para os consumidores, especialmente em relação à energia elétrica, mas mantém-se a necessidade de atenção aos setores que ainda apresentam pressões inflacionárias.