Política & Economia Política
Trump avança com tarifas agressivas, gerando incertezas globais e críticas internas
Medida provoca tensões comerciais internacionais e divide opiniões nos EUA, com setores econômicos alertando para riscos de retaliações e impactos na economia doméstica.
11/02/2025 17h58
Por: Emerson Nery (DRT-7401/BA)

Em uma movimentação que promete redefinir as relações comerciais dos Estados Unidos com o resto do mundo, o presidente Donald Trump intensificou sua política tarifária, impondo taxas de importação significativas sobre aliados e rivais. A medida, que inclui uma taxação de 25% sobre aço e alumínio, já causa impactos diretos em países como Canadá e México, além de gerar incertezas para empresas multinacionais e críticas de economistas. Enquanto Trump defende as tarifas como essenciais para proteger a indústria nacional e equilibrar o comércio, especialistas alertam para os riscos de inflação, desaceleração econômica e uma possível guerra comercial global.

Na última segunda-feira (10), Trump oficializou a taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, medida que afeta diretamente países como Canadá e México. Apesar de adiar a implementação dessas tarifas por um mês em troca de concessões limitadas, a estratégia tem sido alvo de críticas por sua falta de clareza e impacto potencial na economia global.

As tarifas já em vigor sobre produtos chineses causaram confusão até mesmo no Serviço Postal dos EUA, que teve de revisar isenções temporárias para itens de menor valor. Trump também sinalizou a possibilidade de estender as tarifas à União Europeia e até mesmo aplicar taxas sobre produtos que os Estados Unidos não produzem, uma abordagem que economistas e setores empresariais consideram arriscada.

Objetivos conflitantes e impactos econômicos:

A política tarifária de Trump tem três objetivos principais: aumentar a receita federal, equilibrar o comércio exterior e pressionar países rivais a cederem a demandas americanas. No entanto, essas metas frequentemente se contradizem, dificultando negociações e planejamentos comerciais. Por exemplo, enquanto Canadá e México buscaram acordos para reduzir o fluxo de imigrantes ilegais e fentanil para os EUA, as tarifas recíprocas propostas por Trump podem anular esses avanços.

Economistas alertam que as tarifas podem reacender a inflação e desacelerar o crescimento econômico dos EUA. O Wall Street Journal, tradicionalmente alinhado com o governo, classificou a estratégia como "a guerra comercial mais idiota da história". Apesar disso, Trump defende que as tarifas são essenciais para proteger a indústria nacional, aumentar a receita e corrigir déficits comerciais.

Medidas já em vigor e próximos passos:

Na semana passada, Trump impôs uma tarifa de 10% sobre todos os produtos chineses importados, além das taxas já existentes. A China reagiu rapidamente, aplicando tarifas sobre chips e metais americanos e iniciando investigações contra empresas como o Google. No entanto, Trump suspendeu temporariamente tarifas sobre itens de menor valor e adiou a taxação de 25% sobre importações mexicanas e canadenses até março.

O presidente também sugeriu a possibilidade de novas tarifas recíprocas, que igualariam as taxas aplicadas por outros países sobre produtos americanos. "Se eles nos cobram, nós cobramos deles", afirmou Trump, sem fornecer detalhes sobre o alcance ou o cronograma dessas medidas.

O que esperar de forma imediata:

A política tarifária de Trump, embora justificada como uma ferramenta para proteger interesses nacionais, tem gerado incertezas e tensões comerciais. Enquanto o governo busca equilibrar objetivos econômicos e geopolíticos, empresas e economistas alertam para os riscos de uma guerra comercial ampliada, que poderia impactar negativamente a economia global e os consumidores americanos.