Nesta quinta-feira (6), os jogadores Figueiredo e Luighi, da equipe sub-20 do Palmeiras, foram vítimas de ataques racistas durante a partida contra o Cerro Porteño, do Paraguai, válida pela Copa Libertadores da categoria. Apesar da vitória expressiva do time brasileiro por 3 a 0, o jogo foi marcado por episódios lamentáveis de discriminação racial, que ganharam destaque na imprensa paraguaia.

De acordo com relatos, os ataques ocorreram durante o segundo tempo da partida, quando torcedores do Cerro Porteño direcionaram insultos racistas aos dois atletas do Palmeiras. Figueiredo e Luighi, ambos jovens promessas do clube brasileiro, foram alvo de cânticos e ofensas vindos das arquibancadas. A situação gerou indignação entre os jogadores, a comissão técnica e os torcedores presentes no estádio.

O Palmeiras, por meio de sua assessoria de imprensa, emitiu uma nota oficial repudiando os atos de racismo e cobrando ações efetivas da Conmebol, entidade organizadora da competição. "O Palmeiras repudia veementemente qualquer forma de discriminação e exige que a Conmebol tome as medidas necessárias para punir os responsáveis e evitar que casos como este se repitam", destacou o clube.

A imprensa paraguaia também repercutiu o episódio, com veículos como ABC Color e Última Hora destacando os ataques racistas e a postura do Cerro Porteño em relação ao ocorrido. O clube paraguaio emitiu uma nota lamentando os fatos e afirmando que repudia qualquer tipo de discriminação, além de se comprometer a colaborar com as investigações. No entanto, a demora em agir durante o jogo foi alvo de críticas por parte de torcedores e especialistas.

A Conmebol, por sua vez, informou que está apurando os fatos e que aplicará as sanções previstas no regulamento da competição. A entidade reforçou seu compromisso com a luta contra o racismo e a discriminação no futebol, mas a falta de um protocolo eficiente para interromper os ataques durante o jogo foi questionada.

O episódio reacende o debate sobre a necessidade de medidas mais rigorosas para combater o racismo no esporte. Apesar de campanhas e punições previstas em regulamentos, casos como este mostram que o problema ainda está longe de ser resolvido. Jogadores e membros da comissão técnica do Palmeiras relataram sentir-se desprotegidos durante o jogo, o que evidencia a urgência de ações mais eficazes para garantir a segurança e o respeito aos atletas.

A vitória do Palmeiras por 3 a 0, que garantiu a classificação da equipe para a próxima fase da competição, ficou em segundo plano diante da gravidade dos acontecimentos. O caso serve como um alerta para que o futebol sul-americano enfrente, de forma mais contundente, o racismo e a intolerância.

Enquanto isso, torcedores e entidades ligadas à luta contra o racismo cobram respostas rápidas e exemplares, para que casos como este não se repitam. O esporte, que deveria ser um instrumento de união e respeito, não pode continuar sendo palco de discriminação e ódio.