O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) entregue à defesa do delegado Rivaldo Barbosa, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, as conversas mantidas entre a parlamentar e o policial. A decisão atende a um pedido da defesa de Barbosa, que alega a necessidade de ampliar a análise do material para embasar sua estratégia no processo.
A medida foi tomada no âmbito do inquérito que investiga as circunstâncias e os responsáveis pelo crime ocorrido em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. Marielle Franco, vereadora pelo PSOL e conhecida por sua atuação em defesa dos direitos humanos, foi executada a tiros junto com Anderson Gomes, seu motorista, em um ataque que chocou o país e ganhou repercussão internacional.
Rivaldo Barbosa, que foi chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi preso em março de 2024, após a PF identificar indícios de sua participação no planejamento do crime. Ele é acusado de integrar uma suposta organização criminosa envolvida no assassinato. A defesa do delegado argumenta que as conversas entre ele e Marielle Franco podem demonstrar a inexistência de motivação para o crime, além de contestar a tese de que ele teria agido como mandante.]
A decisão de Alexandre de Moraes estabelece que a PF disponibilize as conversas em até 48 horas, sob pena de multa diária em caso de descumprimento. O ministro destacou que o acesso ao material é essencial para garantir o direito à ampla defesa, um dos pilares do sistema jurídico brasileiro.
A decisão do STF foi recebida com cautela por familiares de Marielle Franco e por movimentos sociais que acompanham o caso. Eles temem que o uso das conversas seja uma tentativa de desviar o foco das investigações ou de criar narrativas que minimizem a responsabilidade dos acusados. Por outro lado, a defesa de Rivaldo Barbosa comemorou a medida, afirmando que ela contribuirá para o esclarecimento dos fatos.
O caso Marielle Franco segue sob sigilo judicial, e as investigações continuam em andamento. Além de Rivaldo Barbosa, outros envolvidos, como os executores do crime e supostos intermediários, também estão sendo investigados. A expectativa é que o processo avance com a análise das novas provas e a realização de novos depoimentos.
O assassinato de Marielle Franco completa sete anos no dia 14 de março de 2025 ( sexta-feira), e o caso ainda é considerado um marco na luta por justiça e no combate à impunidade no Brasil. A determinação do STF para a entrega das conversas é mais um capítulo em um processo que continua a mobilizar a sociedade e a imprensa, na busca por respostas e pela punição dos responsáveis.