Apesar de ser uma condição frequentemente associada a adultos e idosos, o infarto agudo do miocárdio também pode atingir crianças, com casos fatais registrados na Bahia. Nos últimos cinco anos, pelo menos quatro menores de 14 anos morreram em decorrência de problemas cardíacos no estado, chamando a atenção para uma realidade pouco discutida.
Na semana passada, um menino de 11 anos morreu após sentir uma forte dor no peito e desmaiar enquanto bebia água. O óbito foi inicialmente atribuído a um "mal súbito", mas a família aguarda o laudo oficial para confirmar a causa da morte. O caso reacendeu o alerta sobre a ocorrência de eventos cardiovasculares graves em crianças, que, embora raros, exigem atenção e investigação médica.
Segundo especialistas, o infarto em crianças pode estar relacionado a fatores como anomalias congênitas, doenças cardíacas não diagnosticadas, inflamações no coração (miocardite ou pericardite) ou até mesmo condições genéticas. Há ainda a possibilidade de complicações decorrentes de infecções virais ou alterações metabólicas. "É fundamental que os pais fiquem atentos a sintomas como dor no peito persistente, palpitações, desmaios ou cansaço excessivo durante atividades físicas. Esses sinais, ainda que incomuns em crianças, não devem ser ignorados", alerta especialista.
Apesar da dificuldade em prever tais eventos, os especialistas reforçam a importância do acompanhamento pediátrico regular e da realização de exames cardiológicos quando há histórico familiar de doenças cardíacas ou sintomas suspeitos.
Enquanto as famílias enlutadas buscam respostas, os casos servem como um alerta para a necessidade de maior divulgação sobre os riscos cardiovasculares em todas as faixas etárias, incluindo os mais jovens