A família de Vitória Chaves da Silva, jovem de 26 anos que faleceu em fevereiro após lutar contra uma cardiopatia congênita, denunciou duas estudantes de medicina por exporem e ironizarem seu caso em um vídeo nas Redes Sociais. As alunas relataram os três transplantes de coração e um de rim realizados por Vitória no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, sugerindo que um dos procedimentos não teve sucesso devido à suposta falta de adesão aos medicamentos.
Vitória passou por múltiplas cirurgias ao longo de sua vida devido à condição cardíaca grave. Sua família afirma que ela sempre seguiu rigorosamente o tratamento, tornando as alegações das estudantes especialmente dolorosas. No vídeo, as alunas narram o caso de forma descontraída, o que foi interpretado como desrespeitoso pelos parentes da paciente.
Na terça-feira (8), os familiares registraram uma queixa na delegacia e acionaram o Ministério Público, exigindo uma retratação pública. Eles argumentam que a exposição do caso viola a privacidade e a dignidade de Vitória, além de desinformar sobre suas reais condições de saúde.
O caso reacende o debate sobre a conduta ética de profissionais e estudantes da área da saúde, principalmente em redes sociais. O Conselho Regional de Medicina (CRM) e instituições de ensino costumam orientar sobre a confidencialidade e o respeito aos pacientes, mesmo em discussões acadêmicas.
A família espera que a denúncia sirva de alerta para que casos semelhantes não se repitam, preservando a memória de Vitória e a privacidade de outros pacientes.