A Polícia Federal (PF) recebe cerca de 1.500 denúncias por dia relacionadas a crimes digitais contra crianças e adolescentes, segundo informações da secretária de Direitos Digitais do Ministério da Justiça. Os relatos, encaminhados pelo National Center for Missing & Exploited Children (NCMEC), centro americano de combate à exploração infantil, incluem conteúdos abusivos, aliciamento e desafios perigosos disseminados na internet.
O assunto ganhou destaque após a morte de uma criança de 8 anos, no Distrito Federal. A menina participou do "desafio do desodorante", uma brincadeira viral que incentiva a inalação excessiva de aerossóis e levou à sua asfixia. O caso reacendeu o debate sobre regulação de plataformas digitais e a responsabilização de redes sociais por conteúdos que colocam menores em risco.
O governo federal estuda a criação de um canal único de denúncias para centralizar as ocorrências e agilizar as investigações. Além disso, discute-se uma nova lei para obrigar plataformas a remover conteúdos nocivos e responder judicialmente caso não ajam com a devida diligência.
Especialistas alertam que a falta de moderação eficiente por parte das plataformas contribui para a disseminação desses riscos. Enquanto o governo busca soluções, a orientação para pais e responsáveis é monitorar o acesso de crianças à internet e reportar conteúdos suspeitos às autoridades.
A expectativa é que, com um sistema unificado de denúncias e uma legislação mais rígida, seja possível reduzir a exposição de menores a crimes digitais e responsabilizar quem lucra com a viralização de conteúdos perigosos.