A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta, sobre surtos do chamado "superfungo" Candida auris em hospitais dos estados de São Paulo e Pernambuco. Os registros foram feitos no hospital de São Paulo, com 14 casos confirmados, e outro em Recife, com 4 casos. O micro-organismo, conhecido por sua resistência a antifúngicos comuns, pode causar infecções graves e até fatais, principalmente em pacientes internados ou com o sistema imunológico comprometido.
Na Bahia, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), não há casos registrados da Candida auris em 2025. No entanto, o primeiro caso do fungo no Brasil foi identificado em 2020, em Salvador, com 15 confirmações. Houve ainda novos registros na capital baiana em 2021 e 2024.
Em 2022, o maior surto nacional foi registrado em um hospital de Recife, com 47 casos. Pernambuco somou seis surtos em 2023, e São Paulo e Rio de Janeiro também confirmaram os primeiros casos naquele ano.
Segundo a Anvisa, o fungo representa um risco à saúde pública devido à dificuldade de tratamento e à possibilidade de transmissão em ambientes hospitalares. A agência orientou os serviços de saúde a reforçarem protocolos de higiene, como a desinfecção de equipamentos e o isolamento de pacientes infectados.
A Candida auris é uma espécie de fungo identificada pela primeira vez em 2009, no Japão. Desde então, surtos têm sido registrados em diversos países, incluindo os Estados Unidos e nações da Europa e da América Latina.
A transmissão ocorre principalmente por contato com superfícies contaminadas ou de pessoa para pessoa em ambientes hospitalares.
Pacientes em UTIs, com cateteres ou que usaram antibióticos de largo espectro por muito tempo estão entre os grupos de maior risco. A infecção pode levar a quadros de septicemia (infecção generalizada) e pneumonia, com taxa de mortalidade estimada entre 30% e 60%.
A Candida auris é considerada um "superfungo" por ser resistente à maioria dos medicamentos antifúngicos.