Desespero. É assim que Stephanie dos Santos Sestrem descreve o cenário da creche que foi alvo de um ataque na manhã desta quarta-feira (5) em Blumenau, no Vale do Itajaí. Um homem, de 25 anos, entrou na unidade e matou cinco crianças com uma machadinha. A filha dela estudava no local, mas, por sorte, não ficou ferida.
A mãe conta que estava no trabalho quando percebeu que uma amiga começou a ligar várias vezes. Depois, uma colega entrou na sala onde Stephanie estava e contou que uma pessoa tinha invadido a escola onde a filha dela estudava.
— Na hora eu, desesperada, me joguei no chão, comecei a chorar e pedi "pela amor de Deus me leva para lá". Nessa hora, eu abri o meu celular e vi que tinha uma mensagem, da diretora da escolinha, falando do ataque e pedindo para que eu fosse buscar minha filha — relata.
Ainda segundo Stephanie, ao se aproximar da escola, foi possível ver uma aglomeração de pessoas próximo a unidade, inclusive de funcionários que estavam com a roupa manchada com sangue.
— Como não dava para passar de carro, eu saltei do carro e comecei a correr para ir pra lá. Chegando na frente tinha muitos pais e professoras com a camisa com sangue, muitas ambulâncias. Eu estava desesperada na hora, só queria sair dali e pegar a minha filha — relembra.
A filha dela, que tem um ano e sete meses, estuda no berçário da unidade, mas não ficou ferida.
— Eu estou em choque até agora, porque isso é notícia que a gente recebe, é de escolas e creches que acontecem nos Estados Unidos, São Paulo, coisa que a gente não imagina que vai acontecer aqui — pontua.
O fato ocorreu no Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor, localizado na Rua dos Caçadores, bairro Velha. De acordo com a Polícia Militar, um homem de 25 anos invadiu o local e matou ao menos quatro crianças. Ele teria chegado em uma moto, pulou o muro e atacou os estudantes que estavam em um parque nos fundos da unidade.
Outras quatro crianças também ficaram feridas e foram encaminhadas ao Hospital Santo Antônio, em Blumenau. Segundo a unidade, elas tem entre 0 a 2 anos.
A Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) já confirmou que ficará responsável pela investigação do ataque.