Polícia
Sequestro de adolescente cigano em Camaçari gera revolta e medo na comunidade
Comunidade cigana denuncia onda de violência e pede justiça pelo sequestro de Riquelme Oliveira
27/04/2023 13h31
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Foto: Reprodução

Um caso de sequestro de um adolescente cigano, de 17 anos, morador de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, chocou a comunidade e mobilizou as autoridades na noite desta quarta-feira (26). Riquelme Oliveira foi abordado por quatro homens armados na porta de sua casa, no Loteamento Montenegro, próximo ao Parque das Mangabas, por volta das 18h30. Sua mãe, que estava com ele no momento, foi agredida pelos criminosos, que fugiram em um carro branco.

Segundo a Associação Beneficente Cultural e de Desenvolvimento Social dos Povos Ciganos do Brasil (ABECC), esse é o segundo caso de sequestro de um cigano na Bahia este ano, além de uma tentativa de homicídio. Em 2022, foram registrados 20 casos de sequestro envolvendo ciganos no estado. A associação denuncia que o crime “virou um comércio ilegal” e que há a participação de outros ciganos e ex-policiais nas ações.

O diretor da ABECC, Rogério Ribeiro, disse que já está em contato com o secretário de Segurança Pública, o Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) e o Ministério Público para combater essa onda de violência contra os povos ciganos. “Temos uma reunião na próxima quarta-feira com eles. Temos que dar um basta nisso. Nós não somos mercadorias”, afirmou.

Ribeiro também criticou a chamada “cultura do B.O”, que consiste em não comunicar à polícia os casos de sequestro por medo ou intimidação dos sequestradores. “O sequestrador já liga ameaçando para não comunicarem à polícia. Isso só favorece a impunidade. Se acontecer alguma coisa, tem que registrar o boletim de ocorrência, alertar as autoridades”, orientou.

Até o momento, não há informações sobre o paradeiro ou o estado de saúde de Riquelme Oliveira. A polícia segue investigando o caso.