A líder quilombola e mãe de santo Mãe Bernadete Pacífico, considerada a maior representante do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, foi enterrada na manhã deste sábado (19) no Cemitério Ordem Terceira de São Francisco, em Salvador. Ela foi executada com 12 tiros na cabeça na última quarta-feira (16), em um crime que chocou a Bahia e o Brasil.
Mãe Bernadete teve um funeral repleto de cerimônias religiosas e rituais para homenageá-la durante toda a sexta-feira (18). Um dos eventos foi um samba realizado pelos presentes no velório, atendendo a um pedido da própria Mãe Bernadete, que queria que sua “última festa” fosse animada. Depois, houve uma caminhada pelas ruas da cidade, em cortejo com o corpo da líder.
Ao chegar na capital, a cerimônia de enterro contou com um forte esquema de segurança, por se tratar de um momento com diversos políticos, como o prefeito de Simões Filho, Dinha Tolentino, a deputada federal Lídice da Mata, o senador Otto Alencar e a secretária da igualdade racial da Bahia, Ângela Guimarães.
Com a bandeira da Bahia em cima do caixão, Mãe Bernadete foi sepultada com salva de palmas e gritos de justiça pela sua morte, de forma tão cruel. A principal suspeita é que o crime tenha sido motivado por disputas de terra, já que ela era uma das principais defensoras dos direitos dos quilombolas na região.
Mãe Bernadete era mãe de Binho do Quilombo, outro líder quilombola que foi assassinado de forma similar, em 2017. Ela foi enterrada ao lado do filho, no mesmo cemitério. A polícia ainda não identificou os autores nem os mandantes dos crimes. A comunidade quilombola exige que as investigações sejam aceleradas e que os culpados sejam punidos.