Os bloqueios e cortes orçamentários impostos pelo governo federal durante 2022, que já chegam a quase R$ 20 milhões, farão a UFBA (Universidade Federal da Bahia) encerrar as atividades este ano com o menor volume de recursos desde 2014. Após perder R$ 12,8 milhões, em junho, a instituição teve mais R$ 6,6 milhões bloqueados este mês.
A situação voltou a ser discutida em reunião na tarde desta terça-feira, 6, entre o reitor Paulo Miguel, o vice-reitor Penildon Silva Filho, e pró-reitores de planejamento, administração, assistência estudantil, entre outros.
Ao final, a universidade divulgou comunicado em que informa que “fechará o ano executando R$ 127,7 milhões em recursos de custeio”, que envolvem despesas básicas, como bolsas e benefícios da assistência estudantil, contas de água, energia elétrica, limpeza e manutenção predial, por exemplo. O valor representa R$ 15,4 milhões a menos do que o orçamento de oito anos atrás, “quando a Universidade tinha cerca de 15% menos estudantes, servidores e área construída”.
A universidade argumenta que tem sofrido defasagem orçamentária nos últimos anos. “Tendo em vista que o orçamento para despesas de custeio previsto para 2023 é de R$ 133,5 milhões, a Universidade precisaria de algo em torno de R$ 104 milhões a mais (78% além do previsto) apenas para repor o orçamento de custeio aos níveis de 2016”, afirma o comunicado.
A UFBA espera que a partir do próximo ano, o governo Lula (PT) restabeleça a liberação de recursos. “A Universidade Federal da Bahia expressa enfim, mais uma vez, profunda indignação diante dos cortes praticados pelo atual governo, na expectativa de que a gestão que assume em 1º de janeiro encerre o atual ciclo de desprezo à Educação e à Universidade Pública, assim como à ciência, a cultura e as artes”.