Eles sumiram no dia seguinte à derrota nas urnas. Abandonaram seus grupos, deixaram seus eleitores sem respostas, evitaram entrevistas, desapareceram até dos grupos de WhatsApp. Mas, como todo bom fantasma político, voltam agora para assombrar — e, claro, pedir voto.
Estamos em 2025, e os corredores políticos já cheiram a campanha antecipada. E adivinhe quem resolveu reaparecer: aqueles mesmos candidatos a vereador e prefeito que foram derrotados em 2024 e que, após a surra nas urnas, entraram em modo fantasma. Agora ressurgem como se nada tivesse acontecido, tentando emplacar os “amigos” como pré-candidatos a deputado estadual e federal em 2026.
É o ciclo eterno da política brasileira: quem some na derrota, volta na eleição dos outros.
O mais curioso é o discurso. De uma hora para outra, o político derrotado vira “referência”, “liderança consolidada” ou, no mínimo, “base de apoio”. Alguns se intitulam articuladores de grandes alianças, como se tivessem vencido algo além da teimosia. Aparecem em eventos, postam fotos com os novos queridinhos das urnas e usam um tom messiânico: “Agora é hora de unir forças”, dizem. Forças que, curiosamente, sumiram quando o povo precisou deles após o fracasso eleitoral.
E assim se forma a nova “linha de frente” dos bastidores. Derrotados que tentam se manter relevantes em palanques emprestados, oferecendo apoio a quem ainda tem chances reais nas urnas. Mais do que militância, buscam sobrevivência política — e, quem sabe, um carguinho ali, um contrato aqui, uma boquinha acolá.
A grande pergunta é: o eleitor vai cair de novo nessa? (Lá ele)
Afinal, quem some quando perde, merece credibilidade quando volta só para pedir voto? A política precisa, urgentemente, de renovação — mas também de memória. Porque quem não se lembra do sumiço, pode acabar votando em quem já provou que só aparece quando é conveniente.
Os fantasmas da eleição de 2024 estão de volta. E, como bons fantasmas, não trazem boas novas. Só pedem votos.