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Educação: um sonho, uma realização

E como é bom sonhar. Não o sonho dos ingênuos, mas os sonhos dos realizadores.

18/11/2024 às 15h24 Atualizada em 18/11/2024 às 17h44
Por: Everton Carneiro
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Foto: Reprodução
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Só um caminho, desde que o ser humano se descobriu sapiens, vem sendo perseguido sem descanso para que a gente não faça feio. Educação, é esse caminho e por ele, já se sabe, não há atalhos nem mesmo um mapa com trajetória, pois vai sendo delineado segundo princípios da sociedade em que se vive e de como eles são exercidos. Afinal de contas, “navegar é preciso, viver não é preciso”. Será educação, será arte!

          Do latim educare, que vem do verbo educere (conduzir, levar), educação significa literalmente conduzir para fora, ou, como queremos tratar aqui, preparar os diferentes sujeitos para o mundo. Da escola fundada por Platão, nos jardins de Academo, em Atenas, na Grécia, de onde tomou o nome famoso de Academia, ao mais anônimo professor do subúrbio, passando pelos lares de pais pós-graduados e de outros que não sabem assinar o próprio nome, esse preparar no mundo para o mundo tem sido o desafio que nos atropela.

          Mas, dentro desse universo cheio de regras e de normas pedagógicas, e por que não dizer dogmáticas, há quem invoque o amor como elemento transformador, capaz de fazer da escola um centro de luz e de vida. Há quem fale de educar com afeto, de uma escola acolhedora, de crianças e jovens livres e amadas por seus pais e por seus mestres, respeitadas em suas limitações e aplaudidas em seus sucessos. Precisamos buscar uma educação, uma prática de vida coerente, processual, que respeite a diversidade. Assim, é que temos chance de formar não o ser perfeito, mas o admirável, que se torna imprescindível na história humana. 

          Ao fazermos uma breve reflexão histórica sobre a escola, percebemos que desde os gregos havia uma preocupação com uma educação que fosse acolhedora. Da Academia de Platão, passando pelo Liceu de Aristóteles, visitando a escola de Abelardo, em Paris, às primeiras universidades. Todos propunham uma educação significativa em que o aprendiz tivesse condições de desenvolver seu potencial. Isto é o que chamamos de acolhimento. Que é muito mais do que a esfera da inclusão.

          A esfera da escola acolhedora é aquela onde o aluno se sente bem, se sente livre. Uma escola onde o aprendiz pode viver sua autonomia. Uma escola onde o professor é também aluno, onde o aluno também é professor. Existe aqui uma relação de reciprocidade, de envolvimento, de abraço, de mutualidade e de comprometimento. Evidentemente, para que isso aconteça, todos os artistas desse espetáculo têm de contracenar com base nos mesmos valores. Professores, funcionários e alunos têm de acreditar que o papel da escola não se resume à transmissão de informações. É algo muito mais abrangente. Trata-se de preparar os diferentes sujeitos na vida, para a vida e para o exercício da cidadania.

          Educar com afeto é educar com dignidade. É ajudar o aprendente a perceber que ele é importante. Olhar nos seus olhos, tratá-lo pelo nome, compreender suas dúvidas, seu tempo de aprendizagem. Compreender que não há dois alunos idênticos. Assim, a educação precisa ser heterogênea. O aluno não deve se sentir diminuído porque não sabe o que o outro sabe. Cada vôo tem o seu tempo e a sua dificuldade. Mas todos os vôos são igualmente belos. Vamos então fazer esses voos.

          Eis nosso desafio. A grande vocação humana é a felicidade. Quando a felicidade fica trancada no armário, nenhuma ilusão consegue roubar nosso sorriso. A felicidade se dá quando o ser humano se conhece, quando ele busca o essencial e não o acidental. Vivemos de acidentes. Brigamos por acidentes. Buscamos um prazer absolutamente efêmero. Conquistas que chegam e vão com a mesma velocidade. Um poder ilusório, porque dura pouco e não conduz a nada.

          Quem não sonha, quem não luta para edificar seus ideais, passa pela vida e deixa pouca coisa. Quem sonha vive melhor. E o sonho material é muito mesquinho. Sonhar de verdade é sonhar com a felicidade. E nunca uma felicidade individualista. É fazer com que o mundo seja melhor. Envolver-se em um projeto social. Crescer profissionalmente, mas com densidade, com ética. Crescer sem ter a consciência intranqüila por ter feito outras pessoas como degraus nessa ascensão. E o mais bonito é que tem muita gente fazendo sucesso sem negligenciar aquilo que pede o coração.

          Então, como ser verdadeiro e convincente quando a vida, com suas lições às vezes tão difíceis, afasta ou impede os sonhos? A idéia é continuar tentando. O educador é perseverante. Continuem todos sendo perseverantes. Nós não podemos desistir ao primeiro sinal de que tudo está dando errado. O ser humano é complexo e suas reações são imprevisíveis. É preciso continuar acreditando nesses seres que nasceram para sonhar. E como é bom sonhar. Não o sonho dos ingênuos, mas os sonhos dos realizadores.

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Rebeca da Paz Cavalcanti Há 15 horas Nazaré/BANo que se refere a Geografia, a subjetividade percorre nas mudanças que ocorrem no espaço humanizado. Nesse processo de tornar o universo único e singular, é imprescindível que busquemos materializar nossos sonhos e desejos visando não apenas nosso individual mas como também uma sociedade mais humanizada e homogênea, havendo maior proximidade e menor diferença entre as pessoas, como defendia Durkheim.Como sujeito, busco compreender cada vez mais os elementos internos para atingir esses objetivos
Bruna Gomes Há 1 dia Valença Uma educação acolhedora reconhece cada aluno como um "território" único de histórias e sonhos, enquanto o educador, com perseverança, guia a exploração desses espaços. A Geografia, mais que mapas, revela as relações humanas e a transformação dos lugares. Na sala de aula, como microcosmo do mundo, o educador conecta aprendizado e vida, mostrando que os alunos não apenas ocupam o espaço, mas podem transformá-lo. E se sentir vivo por sonhar!
Isa Mairy Tomé Há 2 dias Valença - BahiaComo elemento articulador que nos permite perceber o espaço a partir da nossa existência enquanto ser no e sobre o mundo, essa reflexão sobre a educação me remete à Geografia. Além de componente curricular, uma ciência que não se resume a percursos previamente traçados e dá sentido às trajetórias. Reconhecer-me sujeito no processo de ensino-aprendizagem parte também de uma compreensão geográfica da subjetividade da minha existência: a ressignificação do espaço a partir da minha atuação sobre ele
Ivandilson Miranda SilvaHá 2 dias SalvadorMuito intressante o seu texto. O sonho dos realizadores é o idealismo prático. Parabéns!
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