Todo ano de eleição estadual na Bahia, o roteiro se repete. As pesquisas eleitorais mostram os candidatos da direita — especialmente nomes como ACM Neto e seus aliados — na liderança, com amplas vantagens nas intenções de voto. Em levantamentos feitos em 2021 e início de 2022, por exemplo, Neto aparecia com até 50% das preferências, enquanto os candidatos do PT ficavam bem atrás, muitas vezes em terceiro lugar.
No entanto, quando a campanha avança e as urnas finalmente são abertas, o cenário muda drasticamente. Os números das eleições mostram que o PT “broca” — ou seja, chega nas urnas e vence. Em 2022, Jerônimo Rodrigues, que sequer figurava entre os primeiros colocados nas pesquisas iniciais, cresceu na reta final, mobilizou sua base e acabou derrotando o então favorito ACM Neto no segundo turno.
Diversos levantamentos realizados até poucos dias antes do pleito mostravam um cenário de empate técnico ou mesmo liderança da oposição, mas o resultado final confirmou a força do PT na Bahia. A capacidade do partido em articular apoios locais, utilizar a máquina pública e manter uma base fiel acaba pesando mais do que as intenções superficiais captadas nas pesquisas.
Essa discrepância entre pesquisas e resultado real não é novidade na Bahia. Historicamente, o estado tem um eleitorado que frequentemente ignora os prognósticos iniciais e decide nas urnas de forma surpreendente. A oposição até celebra suas vantagens nas pesquisas, mas a verdade das urnas mostra que o PT continua dominante.
Para a oposição, isso serve como alerta: não basta liderar nas pesquisas iniciais e comemorar resultados prematuros. A campanha eleitoral é um jogo de resistência, articulação e presença concreta na base eleitoral — fatores que o PT domina com folga na Bahia.
Portanto, que fique claro: na Bahia, a direita pode até liderar nas pesquisas, mas o PT “broca” nas urnas — e é assim, ano após ano, eleição após eleição.
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