O mês de março é marcado por uma importante campanha de saúde pública: o Março Lilás, dedicado à conscientização sobre a prevenção do HPV (Papilomavírus Humano) e a importância da vacinação contra esse vírus. A iniciativa busca alertar a população sobre os riscos associados à infecção pelo HPV, que está diretamente ligada ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, principalmente o câncer do colo do útero, além de outras doenças.

O HPV é um vírus transmitido principalmente por via sexual, mas também pode ser contraído por contato direto com pele ou mucosas infectadas. Existem mais de 200 tipos de HPV, sendo que alguns deles são considerados de alto risco, pois podem levar ao desenvolvimento de câncer. Outros tipos são responsáveis por verrugas genitais e lesões benignas.

O câncer do colo do útero, por exemplo, é a quarta causa mais comum de morte por câncer entre mulheres no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que mais de 16 mil novos casos sejam diagnosticados anualmente, com cerca de 6 mil mortes por ano.

A vacina contra o HPV é a principal forma de prevenção contra o vírus e suas complicações. Ela é segura, eficaz e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Além disso, pessoas vivendo com HIV, transplantados e pacientes oncológicos também podem se vacinar até os 45 anos.

A vacinação precoce é essencial, pois o imunizante é mais eficaz quando administrado antes do início da vida sexual, ou seja, antes da possível exposição ao vírus. A vacina protege contra os tipos de HPV mais comuns associados ao câncer e às verrugas genitais.

Apesar da disponibilidade da vacina, a adesão à campanha de vacinação ainda é um desafio. Muitos pais e responsáveis têm receio de vacinar seus filhos devido a mitos e desinformação sobre a segurança da vacina. No entanto, é importante destacar que a vacina contra o HPV é amplamente estudada e aprovada por órgãos de saúde internacionais, como a OMS e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Outro obstáculo é a falta de conhecimento sobre a gravidade das doenças causadas pelo HPV. Muitas pessoas não sabem que o vírus pode levar a cânceres e outras complicações graves, o que reforça a necessidade de campanhas de conscientização como o Março Lilás.