O futebol, que deveria ser um espaço de união e celebração das diferenças, mais uma vez foi palco de atos lamentáveis. Após o empate entre Santos e Bahia, por 2x2, neste domingo (6), torcedores do tricolor baiano foram alvo de ofensas xenofóbicas por parte de um grupo de santistas na Vila Belmiro. Vídeos circulando nas redes sociais mostram os insultos, incluindo frases como "Vão comer acarajé" e "macumbeiros", evidenciando um preconceito que vai muito além da rivalidade esportiva.

Essas agressões verbais não são apenas um ataque aos torcedores do Bahia, mas também uma ofensa à cultura e à identidade baiana, historicamente marcada pela resistência e pela riqueza de suas tradições. O acarajé, símbolo da culinária afro-brasileira, e as religiões de matriz africana, frequentemente alvo de discriminação, são parte fundamental da diversidade do país. Reduzi-los a xingamentos é perpetuar um racismo e uma intolerância que não têm lugar no esporte ou em qualquer outro espaço.

Enquanto o Bahia segue sua campanha no Brasileirão – agora na 13ª posição – e se prepara para enfrentar o Nacional-PAR pela Libertadores, é urgente que clubes, federações e torcedores reafirmem seu compromisso contra o preconceito. O futebol não pode ser cúmplice do ódio.

Que a resposta a episódios como esse seja sempre a valorização da diversidade, o respeito às torcidas adversárias e a punição exemplar a quem transforma a paixão pelo jogo em violência. O esporte é feito de rivalidades, mas nunca de discriminação.