O presidente da Câmara de Dias D’Ávila, Júnior do Requeijão (PSDB), voltou a se pronunciar publicamente nesta terça-feira (14) e, em vez de demonstrar arrependimento pelas falas racistas e homofóbicas que geraram forte repercussão, reafirmou suas palavras com tom de desafio.
Durante a sessão, diante do público presente no plenário, o vereador declarou:
“Quem fala a verdade não merece castigo.”
A frase foi interpretada como um reforço direto das ofensas ditas por ele, deixando claro que Júnior não se arrepende e mantém o que disse, apesar da indignação popular e do constrangimento político que o episódio causou.
Enquanto o presidente discursava, sua irmã Marileide Moraes, vítima das declarações, prestava depoimento na 25ª Delegacia Territorial de Dias D’Ávila, onde formalizou uma queixa contra o vereador. Marileide, que enfrenta um tratamento contra o câncer de mama, tem recebido manifestações de apoio de moradores e movimentos de mulheres da cidade.
Mesmo com a gravidade do caso e a ampla repercussão, nenhum dos vereadores presentes se manifestou. O prefeito Alberto Castro (PSDB) também permanece em silêncio, o que tem sido visto pela população como conivência e alinhamento político.
A omissão das autoridades locais diante de declarações tão graves reforça a percepção de que há um esforço para blindar Júnior do Requeijão dentro do Legislativo. Enquanto isso, cresce nas redes sociais o coro de indignação, com pedidos de afastamento imediato do presidente da Câmara e investigação por injúria racial e violência psicológica contra a mulher.
Para juristas ouvidos pelo É Notícias, as falas do vereador não se tratam de mero desabafo, mas de conduta incompatível com o cargo público e passível de punição judicial e política.
Ao afirmar que “quem fala a verdade não merece castigo”, Júnior do Requeijão não apenas reafirma o conteúdo das ofensas, mas também desafia a própria sociedade que exige respeito e responsabilidade de seus representantes.
Enquanto o presidente da Câmara se mantém provocativo, o silêncio do prefeito e dos vereadores ecoa como cumplicidade, transformando o episódio em um dos maiores escândalos políticos já enfrentados pelo município.