A morte do casal de rifeiros assassinado a tiros em dezembro de 2022, em Barra do Jacuípe, Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS), completou um mês há uma semana. Desde então, nenhum suspeito do crime foi apresentado pelas autoridades. Aqueles que acompanham o caso se perguntam quem são os dois homens que atiraram contra as vítimas, e por que eles ainda não foram presos. Querem saber também o motivo pelo qual Rodrigo da Silva Santos, de 33 anos, e Hynara Santa Rosa da Silva, 39, foram executados durante uma tarde de lazer.

O caso continua sendo investigado pela 33ª delegacia de Monte Gordo. O delegado que comanda a unidade policial não comenta sobre as investigações. Em um contato breve feito com a reportagem semanas após o crime, Celso Lima Bezerra afirmou que “estava trabalhando para elucidar o caso o mais rápido possível”, e que apenas a assessoria de comunicação da Polícia Civil poderia dar mais detalhes sobre o duplo homicídio.

A instituição, no entanto, é pragmática: não cede informações sobre casos que estão sendo apurados. A justificativa de que as investigações podem ser atrapalhadas. Na terça-feira (17), por meio de nota, a Polícia afirmou que “não dispõe de atualizações”.

O BNews esteve em Barra do Jacuípe no dia 20 de dezembro de 2022. Na mesma rua onde fica o espaço de aluguel de jet ski, onde o crime aconteceu, a equipe verificou que havia câmeras de segurança com capacidade de registrar a chegada e fuga dos suspeitos. Não é possível saber se os aparelhos funcionavam ou se as imagens foram coletadas por investigadores.

A falta de informação sobre um crime com grande repercussão leva às especulações como, por exemplo, de que a morte do casal de rifeiros foi encomendada por uma pessoa que está presa no Complexo Penitenciário da Mata Escura, como afirmou a TV Record Itapoan. Surgiu também a hipótese de que o crime tinha relação direta com o trabalho de Rodrigo e Hynara — um grande grupo que comanda jogos de azar no estado estaria incomodado com a prosperidade do casal.

No meio de tantas dúvidas, fatos: os dois deixaram um filho de três anos órfão, familiares à espera de justiça e colegas de trabalho receosos já que, nos últimos meses, outros rifeiros foram mortos, não necessariamente por ter relação com jogos de apostas.