O governo federal enviou ao Congresso Nacional uma Medida Provisória que prevê um reajuste de 9% nos soldos dos militares das Forças Armadas, o primeiro aumento em sete anos. A proposta, que ainda precisa ser aprovada pelos parlamentares, beneficiará cerca de 740 mil pessoas, incluindo militares ativos, reservistas e pensionistas.
De acordo com o texto da MP, o reajuste será implementado em duas parcelas:
4,5% a partir de 1º de abril de 2025 e 54,5% a partir de 1º de janeiro de 2026.
O governo justifica a medida como forma de compensar a perda do poder aquisitivo devido à inflação acumulada nos últimos anos. Desde o último reajuste, em 2018, o IPCA (índice oficial de inflação) acumula alta de aproximadamente 34%, o que significa que os militares tiveram uma redução real em seus vencimentos.
A proposta agora será analisada pelas comissões do Congresso antes de seguir para votação em plenário. Especialistas alertam que o aumento terá impacto significativo no Orçamento da União, mas defendem que a medida é necessária para manter a equidade salarial das Forças Armadas.
Caso aprovada, esta será a primeira recomposição salarial para a categoria desde o início do governo Bolsonaro, que manteve os soldos congelados durante seu mandato. O reajuste vem em um momento de discussões sobre a modernização das Forças Armadas e a valorização do serviço militar.
O Ministério da Defesa ainda não se pronunciou sobre a medida, mas espera-se que a proposta receba apoio da base aliada no Congresso. Paralelamente, entidades representativas dos militares acompanham de perto a tramitação da MP, que pode ser votada ainda este ano.