A Polícia Federal (PF) identificou um aplicativo ilegal de interceptação de comunicações no celular de Luciana Paula Garcia Almeida, assessora do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ela é investigada por sua suposta atuação no núcleo político da chamada "Abin paralela", estrutura que teria operado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para monitorar adversários e autoridades sem autorização judicial.
O aplicativo permitia acessar conversas e dados de terceiros de forma irregular. Luciana teria sido intermediária entre a "Abin paralela" e Carlos Bolsonaro, repassando informações privilegiadas.
Em outubro de 2022, em uma conversa no WhatsApp, a assessora pediu ao então diretor Alexandre Ramagem da Abin, "uma ajuda" sobre inquéritos da PF. Ramagem é alvo de operações recentes da PF por suposto uso político da agência.
A "Abin paralela" é investigada por supostamente utilizar ferramentas de espionagem, para rastrear autoridades como ministros do STF, políticos e jornalistas. A PF apura se Carlos Bolsonaro e outros aliados do ex-presidente receberam dados ilegais dessa estrutura.
A descoberta reforça as suspeitas de que a Abin foi usada para finalidades políticas durante o governo Bolsonaro. O caso está sob investigação, e novos desdobramentos são aguardados.