O ex-presidente da República e ex-senador Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió, Alagoas, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão ocorreu quando Collor se preparava para viajar a Brasília, onde planejava se entregar voluntariamente à Polícia Federal (PF).

A ordem de prisão foi expedida na noite de quinta-feira (24), após o esgotamento de recursos no processo em que Collor foi condenado por envolvimento em um esquema de corrupção relacionado a contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, durante seu mandato como senador. A condenação, que já havia sido confirmada pela Segunda Turma do STF em 2023, prevê pena de prisão em regime fechado.

Segundo a defesa do ex-presidente, Collor foi abordado por agentes da PF em sua residência e está atualmente custodiado na superintendência da corporação em Maceió. Os advogados afirmaram que ele já tinha passagens marcadas para Brasília e que iria se apresentar espontaneamente, mas a decisão de Moraes determinou a prisão imediata para evitar "qualquer risco de descumprimento da ordem judicial".

A expectativa é que Collor seja transferido ainda nesta sexta-feira para o Distrito Federal, onde cumprirá a pena em uma unidade prisional ainda não divulgada oficialmente.

Fernando Collor, que governou o Brasil entre 1990 e 1992 — quando renunciou ao cargo pouco antes de sofrer impeachment —, foi condenado por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O caso envolveu o recebimento de propinas por meio de contratos fraudulentos com a BR Distribuidora, em um esquema que movimentou milhões de reais.

Esta é a primeira vez que o ex-presidente é preso em decorrência de processos criminais. Collor já havia sido condenado em 2017 pelo TRF-4 em outro caso de corrupção (Operação Lava Jato), mas a sentença foi anulada pelo STF em 2021 por suspeita de parcialidade do então juiz Sergio Moro.

A prisão do ex-presidente Fernando Collor, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, tem repercussões significativas no cenário político brasileiro, afetando desde a imagem da classe política até o debate sobre justiça e impunidade.

O caso segue sob sigilo parcial, e novos desdobramentos devem ser divulgados nos próximos dias, incluindo possíveis recursos da defesa.