Em tempos de hiperconexão, a relação entre o sono e o uso de tecnologias tem despertado cada vez mais atenção da ciência. Diversas pesquisas vêm indicando que dormir com o celular muito próximo da cabeça pode provocar alterações sutis na atividade cerebral durante a noite — especialmente na fase do sono REM, momento em que ocorrem os sonhos mais vívidos.
Estudos realizados por instituições como a Universidade de Uppsala, na Suécia, e o Instituto Nacional de Saúde Pública da Noruega identificaram que a exposição a radiofrequências similares às emitidas por celulares está associada a mudanças na atividade elétrica do cérebro, detectadas por meio de eletroencefalogramas. Essas variações, embora ainda não estejam diretamente ligadas a prejuízos à saúde, levantam dúvidas sobre os efeitos a longo prazo da exposição contínua aos campos eletromagnéticos durante o sono.
Outro fator que pode impactar o descanso é o próprio estado de alerta provocado pela presença do celular. Pesquisadores da Universidade do Texas demonstraram que, mesmo desligado ou no modo silencioso, o simples fato de o aparelho estar por perto pode reduzir a concentração e a qualidade do descanso, como se o cérebro permanecesse parcialmente "em vigília".
Especialistas em saúde do sono recomendam adotar medidas simples de precaução, como manter o celular a pelo menos um metro de distância da cama ou ativar o modo avião antes de dormir. A ideia é minimizar possíveis interferências e garantir um sono mais profundo e restaurador.
Enquanto os efeitos completos da tecnologia sobre o cérebro ainda são investigados, uma certeza já se impõe: desconectar faz bem — até durante os sonhos.