O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) pode perder o mandato e ficar inelegível por até oito anos. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral, ao lado do deputado estadual Bruno Engler (PL-MG), da deputada estadual Delegada Sheila (PL-MG) e de Cláudia Araújo Romualdo, presidente do PL-Mulher em Minas Gerais e ex-candidata a vice-prefeita na chapa de Engler. O grupo é acusado de disseminar informações falsas nas redes sociais contra o ex-prefeito Fuad Noman (PSD) durante a campanha eleitoral de 2024 em Belo Horizonte.
A denúncia foi acolhida pelo juiz Marcos Antônio da Silva, da 29ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, que deu prazo de 10 dias para que os acusados apresentem defesa. Se condenados, os quatro poderão ter os direitos políticos suspensos, o que resultaria na cassação dos mandatos dos parlamentares e inelegibilidade até 2032.
De acordo com o Ministério Público, os denunciados publicaram vídeos e postagens nas redes sociais com trechos do livro Cobiça, escrito por Fuad Noman, utilizados de forma distorcida para sugerir que o ex-prefeito teria incentivado a exposição de crianças a conteúdo sexual impróprio em um festival de quadrinhos organizado pela prefeitura. O órgão afirma que o conteúdo era falso, difamatório e com objetivo de prejudicar a imagem de Noman, favorecendo a candidatura de Bruno Engler no segundo turno das eleições.
O MP ainda destacou que Nikolas Ferreira ignorou uma ordem judicial emitida em outubro de 2024 que determinava a remoção do conteúdo. Em vez de cumprir a decisão, o parlamentar teria repetido as acusações e debochado publicamente da determinação.
Após a denúncia, Nikolas reagiu nas redes sociais. Em publicação feita no X, no dia 8 de julho, escreveu:
“Estão querendo cassar os meus direitos políticos por que fiz rachadinha? Por que coloquei dinheiro na cueca? Por que quebrei estatais? Não! Estão querendo me deixar inelegível porque denunciei um livro pornográfico do antigo prefeito de Belo Horizonte. Uai, não posso falar e denunciar mais, não? É muita coincidência que só parlamentares de direita são perseguidos neste país.”
Fuad Noman venceu a eleição, mas faleceu em março de 2025, em decorrência de um câncer.