
O presidente da Câmara Municipal de Dias D’Ávila, José Morais de Almeida Júnior, conhecido como Júnior do Requeijão, mantém o sonho de disputar a Prefeitura da cidade nas eleições de 2028, segundo revelou um aliado próximo. Mesmo com o pleito ainda distante, o vereador já estaria se movimentando nos bastidores, com o objetivo de se posicionar como nome competitivo dentro do cenário político local.
Um aliado ouvido pelo É Notícias afirmou que Júnior tem atuado de forma antecipada e tentado minar a imagem do vice-prefeito Van da Farmácia, considerado o principal nome para a sucessão municipal. “Ele quer ser prefeito e sabe que Van é o maior obstáculo. Por isso, tem feito movimentos antecipados, buscando espaço e tentando enfraquecer o vice”, contou o aliado ligado ao presidente Júnior do Requeijão.
Fontes também revelaram que, além do próprio projeto de chegar à Prefeitura, Júnior do Requeijão pretende lançar o filho, que atualmente ocupa o cargo de sub-secretário de Desenvolvimento e Proteção Social do município, como candidato ao Legislativo em 2028. De acordo com pessoas próximas à pasta, o sub-secretário aparece poucas vezes na secretaria, o que tem chamado atenção de servidores e lideranças políticas locais.
Mas o sonho político de Júnior do Requeijão parece ruir após o vazamento de um áudio com falas racistas, homofóbicas e misóginas, que gerou forte repúdio popular e resultou em uma decisão judicial com medidas protetivas impostas ao vereador. O processo corre sob segredo de justiça, mas o É Notícias teve acesso com exclusividade à decisão que impôs restrições severas ao presidente da Câmara.
A decisão da Vara Criminal de Dias D’Ávila determina que Júnior mantenha distância mínima de 500 metros da irmã, Maria Marileide de Morais, e do cunhado, o advogado Dr. Léo Mineiro, além de proibi-lo de manter contato com as vítimas por qualquer meio de comunicação. O documento ainda alerta que o descumprimento das medidas pode resultar em prisão preventiva, conforme o artigo 313 do Código de Processo Penal, e enquadra a conduta no artigo 24-A da Lei Maria da Penha, com pena de até dois anos de reclusão.
O conteúdo do áudio, amplamente divulgado nas redes sociais, inclui ofensas como “o teu macho, o negão”, “machão que não é macho”, “negão velho fedorento”, além de insultos à própria irmã, como “rapariga véia safada” e “puta véia feia”. As falas, de cunho discriminatório, causaram profunda indignação em moradores da cidade e abalaram de forma definitiva a imagem pública do vereador.
Com o desgaste crescente e a perda de credibilidade, o sonho de Júnior do Requeijão de chegar à Prefeitura de Dias D’Ávila parece cada vez mais distante. O que antes era visto como um projeto de ascensão agora se transformou em um retrato de queda e descrédito, marcado por declarações que chocaram a cidade e provocaram ampla reação política e social.