Dias d’Ávila registrou o fechamento de 48 empresas apenas no mês de novembro, elevando para 710 o total de CNPJs oficialmente extintos em menos de um ano, conforme dados do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do Governo Federal. Os números reforçam um cenário contínuo de retração da atividade econômica no município.

Entre janeiro e outubro de 2025, já haviam sido encerrados 662 registros empresariais. Com as baixas contabilizadas em novembro, o volume de extinções se amplia e consolida uma tendência de redução da presença formal de empreendedores na cidade, com impactos diretos sobre emprego, renda e arrecadação.

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Do total de empresas fechadas no período, 697 são microempresas, além de 4 empresas de pequeno porte e 9 de outras categorias empresariais, evidenciando que o fechamento se concentra majoritariamente na base da economia local. O perfil atinge principalmente negócios de comércio de bairro, serviços, alimentação, beleza e prestação técnica — segmentos essenciais para a geração rápida de empregos e a circulação interna de renda.

Esses setores, tradicionalmente responsáveis por sustentar o mercado de trabalho local, vêm sendo os mais impactados pelo ambiente econômico adverso, ampliando os reflexos sociais do fechamento de empresas.

Paralelamente ao aumento das baixas, Dias d’Ávila atravessa um período marcado por perda de competitividade regional. Apesar da localização estratégica e da proximidade com o Polo Petroquímico de Camaçari, o município tem observado a migração de empreendimentos que inicialmente prospectaram instalação no território, mas optaram por municípios vizinhos ou por áreas mais estruturadas.

Análises setoriais indicam que fatores como logística aplicada, segurança jurídica, incentivos fiscais, tributação e estrutura industrial têm pesado de forma decisiva nas escolhas empresariais. Na prática, a vantagem geográfica não tem sido suficiente para garantir a atração e retenção de investimentos.

Com 710 CNPJs encerrados em menos de um ano, Dias d’Ávila passa a figurar entre os municípios da Região Metropolitana de Salvador com maior retração da base empresarial em 2025. Entidades ligadas ao setor produtivo apontam como causas estruturais desse processo a ausência de um plano consistente de desenvolvimento industrial, a inexistência de políticas efetivas de retenção de empreendimentos, a falta de estímulos fiscais e um ambiente burocrático pouco competitivo.

Também é destacada a baixa articulação administrativa com o Polo Petroquímico de Camaçari e suas cadeias produtivas, fator que contribui para a perda de oportunidades de investimento e expansão econômica.

A análise integrada dos dados demonstra que o fechamento de empresas não se configura como um fenômeno isolado, mas parte de uma trajetória de retração da competitividade econômica. Enquanto municípios vizinhos ampliam cadeias produtivas e atraem investimentos, Dias d’Ávila se distancia do protagonismo esperado, mesmo reunindo condições naturais e logísticas estratégicas.

O número de 710 empresas encerradas em menos de um ano expressa mais do que o fim formal de registros empresariais: representa a saída de atores econômicos do mercado local e a redução consistente do tecido produtivo do município.