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Jovem faxineiro viraliza ao limpar casas de acumuladores compulsivos

Guilherme Gomes, de 21 anos, ajuda acumuladores compulsivos, limpando e organizando suas casas

03/11/2023 às 15h04
Por: Ramon Santos (DRT-6448/BA) Fonte: Metrópoles
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Faxinar a casa, lavar a louça ou limpar o chão podem parecer tarefas cotidianas para algumas pessoas, mas para Guilherme Gomes tem um significado muito especial. Isso porque o manauara, radicado em São Paulo, utiliza esse serviço como uma ferramenta para ajudar acumuladores compulsivos a terem uma nova vida.

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Guilherme, de 21 anos, viralizou nas redes sociais com conteúdos que mostram seu comprometimento em transformar a casa de pessoas com transtorno de acumulação. O influencer de faxina mostra que, por meio da limpeza e da organização, é possível superar desafios e começar de novo.

Em entrevista ao Metrópoles, Guilherme conta que começou a trabalhar como faxineiro aos 17 anos para pagar os estudos. Ele sempre buscou entrar no mercado de trabalho para conseguir um emprego. No entanto, nenhuma empresa dava oportunidade, o que o deixou profundamente frustrado.

“Eu vim de uma família muito humilde e a única forma de mudar isso era trabalhando e estudando. Mas, eu não estava conseguindo estudar, pois precisava pagar a faculdade e também não arrumava emprego para isso acontecer. Eu amo limpeza e organização. Sou virginiano, então a limpeza já nasceu comigo”, diz.

Foi nesse momento que Guilherme decidiu oferecer seus serviços de faxina para pessoas próximas, como primas, tias e amigos. Diante da satisfação dos clientes, ele decidiu divulgar o trabalho nas redes sociais, mostrando o antes e depois das faxinas. O que ele não imaginava é que seu esforço seria recompensado.

Apenas no Instagram, o influencer de faxina acumula mais de 2 milhões de seguidores. No TikTok, mais de 2,9 milhões de pessoas acompanham de perto sua rotina como especialista em limpeza. O sucesso foi tanto que ele batizou a jornada como “Diárias do Gui”.

Acumuladores compulsivos

Os acumuladores compulsivos são indivíduos que sofrem do transtorno de acumulação e não conseguem se separar dos pertences. Em muitos casos, suas casas estão repletas de objetos, o que pode dificultar a circulação no ambiente — e até a limpeza.

Para Guilherme, que estava acostumado a fazer faxinas em diferentes lugares, a desorganização das casas revelou muito mais do que apenas uma “pilha de louças ou um chão sujo”.

“Como eu saía e entrava de várias casas, eu percebia que a casa de algumas pessoas era muito diferente do que eu estava acostumado. Eu não julgava nem apontava dedos, mas perguntava porque estava naquele estado. Daí começaram os relatos de depressão — que pode estar associada ao transtorno (de acumulação)”, explica.

Na época, Guilherme não entendia muito bem o assunto, porém, ele foi aprendendo a ter empatia até se especializando neste ramo. Hoje, ele se dedica a limpar casas de acumuladores compulsivos de forma voluntária, sem cobrar pelo serviço. Como a faxina mudou a vida de Guilherme, ele viu nela uma forma de retribuir.

Transformando vidas

Questionado sobre o impacto do trabalho, Guilherme afirma ao Metrópoles que cada caso afetou sua vida de maneira única, já que são histórias profundamente emocionantes. No entanto, um episódio em particular, que ocorreu em março deste ano, o ajudou a compreender seu propósito de vida.

“Quando fiz o caso de Mauá para uma mãe com 9 filhos, eu pude enxergar meu propósito de vida. Eu limpei e consegui reformar a casa dela. Esse foi o primeiro impacto grande na minha vida”, relata o manauara, ressaltando como essa experiência o fez entender o verdadeiro valor de sua missão (veja o vídeo aqui).

Toda a ajuda é bem-vinda

Nas publicações compartilhadas por Guilherme, é possível ver as casas repletas de lixo, roupas sujas, ninhos de barata, rato e até animais mortos. O trabalho não é nada fácil, mas Guilherme conta com a ajuda dos seguidores para deixar tudo nos trinques.

“Depois que eu vi que meu público me apoia muito e as marcas vieram atrás de mim para me apoiar também, eu fiquei muito feliz. A primeira vaquinha que fiz nas redes sociais bateu mais de 100 mil reais. Foi aí que eu vi que existem muitas pessoas boas nesse mundo. Hoje, eu sou extremamente grato por tudo”, diz.

Além de ser elogiado pelos seguidores, Guilherme também é profundamente apreciado e admirado pelas pessoas que recebem sua ajuda.”Eu ainda me sinto sem graça quando chego nas casas e as pessoas choram e ainda dizem: ‘Eu não posso acreditar que você está aqui, você está salvando a minha vida’”.

Ele, então, acrescenta: “Quando recebo esse carinho, eu fico ‘meu Deus, o que está acontecendo?’. Eu não tenho noção, mas é muito lindo. É uma sensação maravilhosa”, afirma.

Planos futuros

Guilherme enxerga seu futuro ajudando a um número ainda maior de pessoas, não se limitando apenas a São Paulo, mas a todo o Brasil e mundo afora.

“Tem muitas pessoas que precisam de ajuda no mundo inteiro. O meu sonho é poder ter mais condições financeiras para poder atingir muitas pessoas, aumentar minha equipe e abrir um setor de apoio psicológico para transformar os lares de quem precisa”, conclui.

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