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Salvador, BA
A crise interna do Partido Liberal (PL) na Bahia, sigla que foi a base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, ganhou novos capítulos e promete trazer ainda mais turbulência para a política estadual. De acordo com informações exclusivas do portal Metrópoles, dois dos quatro deputados estaduais do PL baiano, Raimundinho da JR e Vitor Azevedo, podem ser expulsos da legenda, em um movimento que deve abalar as bases do partido na Bahia.
A crise tem raízes em uma aparente dissidência ideológica. Raimundinho da JR e Vitor Azevedo têm mantido estreitas relações com o governo do petista Jerônimo Rodrigues, atual governador da Bahia, o que contrasta diretamente com a linha ideológica do PL. A proximidade com o PT, especialmente em um momento de polarização política, coloca os dois deputados em uma situação delicada dentro do PL, que tem se consolidado como a principal força política de direita no estado, alinhada ao bolsonarismo.
A expulsão dos deputados é vista como uma medida necessária para reafirmar a identidade do partido e garantir sua coesão em um cenário político tenso. A decisão se insere em um processo interno do PL, que visa limpar a legenda de elementos considerados dissonantes da visão partidária e consolidar sua posição em um futuro eleitoral.
Além disso, a crise no PL baiano também envolve o ex-ministro João Roma, atual presidente da sigla na Bahia. Roma, que se tornou o principal nome do bolsonarismo no estado após a ascensão de Bolsonaro, busca a todo custo manter o controle do partido, mesmo após o enfraquecimento político da sigla. De acordo com fontes, Roma tem recorrido ao diretório nacional do PL em uma tentativa de se consolidar como líder do partido na Bahia, em um esforço para conter as rebeliões internas e fortalecer sua posição na política estadual.
O ex-ministro, que assumiu a presidência do PL baiano após o impeachment de figuras como o ex-deputado federal e ex-ministro Geddel Vieira Lima, tem sido criticado por sua gestão, que não rendeu grandes vitórias para a sigla. A única conquista de Roma foi a eleição do prefeito Jânio Natal em Porto Seguro, uma vitória que, embora significativa, não foi suficiente para consolidá-lo como um líder incontestável na Bahia.
O futuro do PL baiano, portanto, parece incerto. A expulsão dos deputados Raimundinho da JR e Vitor Azevedo pode abrir um novo capítulo na disputa interna da sigla, enquanto João Roma tenta se manter como o principal nome do partido na Bahia, em meio à crise e à pressão por uma maior representatividade política. O que está em jogo é não apenas o controle do PL, mas a reconstrução de uma legenda que busca se reestruturar e se reposicionar no cenário político do estado.
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