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Análise dos Números Demonstram Crescimento da Oposição em Mata de São João

Os resultados das eleições de 2024 revelam um avanço significativo da oposição, indicando mudanças no cenário político local.

16/11/2024 às 19h00 Atualizada em 16/11/2024 às 19h21
Por: Emerson Nery & Ramon Santos
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Foto: Reprodução / Montagem énotícias
Foto: Reprodução / Montagem énotícias

Para que seja possível analisar completamente o que ocorreu no processo eleitoral em Mata de São João em 2024, é preciso voltar para a eleição de 2020 e realizar uma avaliação dos fatos e das informações disponíveis.

Em 2020, após especulações de que Lulu, a então vice-prefeita de Marcelo, seria o nome a ser trabalhado como candidata à prefeitura, representando o mesmo grupo político, numa reviravolta de última hora teve seu nome completamente descartado para o pleito eleitoral. Em ato contínuo, o empresário João Gualberto, passados 8 anos de gestão de Marcelo, voltava a se colocar em uma nova eleição municipal.

Contudo, após João Gualberto ser confirmado como o majoritário, desgastes de bastidores foram acentuados, e Lulu se posicionava de forma “insurgente” dentro do âmago da gestão do grupo político, buscando alianças para continuar seu pleito como candidata independente à prefeitura.

Aqui vale o destaque de que mesmo com duas diferentes candidaturas, as transversalidades de ambas faziam parte de uma mesma linha ideológica de gestão e de pensamentos, e que momentaneamente divergiam em apenas alguns aspectos pontuais de desgastes naturais das relações sociais.

Lançamento da chapa Lulu Cardoso e Bira da Barraca em 2020.

Naquela ocasião surgia uma terceira via. Um jovem vereador de um partido progressista, Paulo Henrique (PT), que com ousadia e espírito destemido tomou a decisão de não tentar uma reeleição como vereador, mesmo que pesquisas informais apontassem que sua reeleição como vereador seria possível e plenamente provável.

Diante disso, Mata de São João passava a contar com três candidatos à prefeitura: dois candidatos com linhas ideológicas partidárias convergentes, e com nítida disputa interna de posicionamento e liderança política na cidade, e um terceiro candidato realmente caracterizado como o elemento claro de oposição ao modelo de gestão pública implementado na cidade.

Ao fim do processo eleitoral de 2020 o resultado foi o seguinte: 48,88% da população considerou que a gestão de João Gualberto mereceria uma nova oportunidade, e 35,36% da população considerou que o papel de Lulu como vice-prefeita também se apresentava como um nome forte. No total, o mesmo grupo político, que embora demonstrasse divergências momentâneas, e que sequer seriam considerados como opositores, alcançaram juntos 84,24% dos votos válidos, consagrando João Gualberto como prefeito eleito dentro dessa disputa íntima.

Contudo, uma real oposição progressista iniciava pela primeira vez na cidade um processo de mobilização, conduzindo o então vereador Paulo Henrique (PT) a alcançar significativos 15,39% dos votos válidos. Um feito considerado surpreendente dentro do processo eleitoral.

É justamente aqui que se inicia uma análise ainda pouco discutida no âmbito político de Mata de São João logo após as eleições municipais de 2024. O mesmo grupo político que em 2020, mesmo com divergências internas, havia alcançado uma somatória conjunta de 84,24% dos eleitores matenses, viu sua base eleitoral ser desidratada em 25,98% dos votos válidos, conduzindo o prefeito do mesmo grupo político a ser eleito em 2024 com apenas 58,26% dos votos. Em conversas de bastidores e relatos de interlocutores de dentro do governo, que preferem não se expor, a real expectativa do governo municipal é que este resultado fosse mais largo, com anseios de que fossem alcançados pelo menos 78% dos votos válidos.

Do outro lado, a real oposição política dentro da cidade, alcançou um ganho de 26,35% dos votos em relação à eleição de 2020, obtendo assim 41,74% dos votos válidos. Isso demonstra de forma clara que o movimento de oposição obteve um ganho significativo, e que ao mesmo tempo parte considerável da sociedade Matense não estaria satisfeita com o atual grupo político.

Mesmo com uma derrota nas urnas, o grupo de oposição política da cidade pode considerar alguns pontos relevantes: 1º) o crescimento orgânico dos votos para a oposição foi surpreendente diante de uma eleição contra a máquina pública municipal; 2º) Surgiu mais um nome de destaque na corrida eleitoral Matense, o então candidato a vice-prefeito, na chapa de Paulo Henrique, o empresário Flávio. O nome de Flávio foi apresentado de forma tímida, contudo ele foi crescendo durante todo o processo eleitoral ao lado de Paulo Henrique, se apresentando como um excelente interlocutor, com desenvoltura, cumplicidade, carisma e empatia, além de experiência em gestão de negócios adquirida como empresário de sucesso no setor varejista, reunindo assim todos os elementos para que seu nome continue plenamente viável como força política no contexto da cidade.

Paulo Henrique e Flávio Moraes
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