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Câmara de Mata de São João: Crescimento Explosivo de Estagiários Levanta Dúvidas Sobre Transparência e Gestão

A ausência de um processo seletivo público e transparente para a escolha de estagiários levanta dúvidas

Ramon Santos (DRT-6448/BA)
Por: Ramon Santos (DRT-6448/BA)
14/12/2024 às 17h47
Câmara de Mata de São João: Crescimento Explosivo de Estagiários Levanta Dúvidas Sobre Transparência e Gestão
Foto: Reprodução

Com quase 40% do seu quadro funcional formado por estagiários e um aumento de 653% no número desses contratos em apenas cinco meses, a Câmara de Vereadores de Mata de São João está sob o olhar crítico da população. Enquanto a ausência de concursos públicos persiste, surgem questionamentos sobre a transparência nas contratações e a possibilidade de que o programa de estágio esteja sendo usado como ferramenta de favorecimento político.

Fonte: https://www.matadesaojoao.ba.leg.br/prestacao-contas/pessoal-17/folha-de-pagamento-11

A Câmara de Vereadores de Mata de São João encerrou maio de 2024 com 85 estagiários em sua folha de pagamento, representando quase 40% do total de servidores. Ao mesmo tempo, o número de efetivos, que deveria ser a base sólida da administração pública, demonstra menos de 10 funcionários no mesmo período. Este cenário contrasta com o crescimento acelerado dos contratos de estágio, que saltaram de 13 para 85 entre janeiro e maio, indicando um aumento de 653%.

Embora o programa de estágio ofereça uma importante oportunidade para jovens estudantes adquirirem experiência prática, especialistas e membros da sociedade levantam preocupações sobre a finalidade real dessas contratações. Segundo críticos, há indícios de que o programa possa estar sendo desvirtuado, servindo não apenas para suprir a falta de servidores, mas também para atender a interesses políticos.

Estágio ou benefício político

A ausência de um processo seletivo público e transparente para a escolha de estagiários levanta dúvidas sobre a imparcialidade das contratações. Com isso, surge o risco de que essas vagas estejam sendo utilizadas para atender indicações políticas, fortalecendo relações de apadrinhamento e clientelismo em detrimento da finalidade educativa prevista pela Lei do Estágio (nº 11.788/2008).

De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), programas de estágio no setor público devem seguir critérios rigorosos de transparência e supervisão. A contratação de estagiários sem um processo impessoal não apenas compromete o objetivo formativo do programa, mas também pode ser interpretada como uma forma de uso indevido da máquina pública para obter vantagens políticas.

Para o MPT, o contrato de estágio deve colaborar com a formação educacional, e não ser utilizado para reduzir custos trabalhistas ou criar vínculos de dependência política. Esse alerta é especialmente relevante em contextos onde a falta de servidores efetivos abre margem para o uso de estagiários como mão de obra barata e politicamente conveniente.

Reflexos da falta de concursos públicos

A inexistência de concursos públicos há anos em Mata de São João contribui para o atual cenário. Sem a renovação de quadros efetivos, a Câmara recorre a soluções temporárias, como o aumento no número de estagiários, para manter suas atividades. No entanto, essa prática pode comprometer a eficiência administrativa e violar princípios como moralidade e impessoalidade, pilares da gestão pública.

Além disso, a dependência de estagiários levanta outro ponto sensível: o risco de fragilidade nas operações internas. Diferentemente de servidores concursados, estagiários não possuem vínculo duradouro com a instituição, o que pode afetar a continuidade e a qualidade dos serviços prestados.

Transparência e ética como prioridades

A discussão sobre o uso de estagiários na Câmara de Mata de São João transcende o debate técnico. Ela expõe um dilema ético que afeta diretamente a confiança da população na administração pública. Para que o programa de estágio cumpra sua função social, é fundamental que sejam implementados processos de seleção claros, impessoais e auditáveis, garantindo que as vagas sejam destinadas a quem realmente necessita da experiência profissional para complementar sua formação.

Além disso, é essencial que a Câmara reveja suas políticas de contratação de pessoal e priorize a realização de concursos públicos para recompor o quadro de servidores efetivos. Somente assim será possível assegurar que as funções administrativas sejam desempenhadas por profissionais qualificados, comprometidos exclusivamente com o interesse público.

Considerações

O caso da Câmara de Mata de São João é um retrato de um problema que se repete em diversas cidades brasileiras: a precarização do serviço público e o uso de programas de estágio como paliativos para questões estruturais e, possivelmente, como moeda política. A sociedade deve exigir respostas claras e fiscalização rigorosa para que o uso de estagiários esteja alinhado aos princípios éticos e legais, garantindo que o foco continue sendo a formação de futuros profissionais e não o atendimento a interesses políticos de curto prazo.

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Noel Há 1 mês Mata de São João A Bahia o Brasil do PT juntos com supremo tribunal do crime organizado estão destruindo o Brasil. E vcs vem escrever merda !!
EUGÊNIA Há 2 meses Santa Barbara do Oeste Mata de São JoãoEles fazem o que bem querem. Sendo errado ou não, eles não estão nem aí. O povo que se danem. Transparência é tudo que eles não querem
Paulo Solano Há 2 meses BahiaA máquina pública é um bem comum do cidadão brasileiro, infelizmente isso não ocorre de forma correta por parte dos líderes públicos do município de Mata são João,o papel da câmera era dar exemplo, fiscalizar gasto público e projetos realizados pela prefeitura, eu vejo claro que não há fiscalização e nem discussão de projetos que faz parte função dos vereadores. Transparência não ilegal porém imoral já que são dinheiro do contribuinte, isso merece transparência pelo então presidente da câmera.
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