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MPPE pede punição administrativa contra juíza Andréa Calado da Cruz ao TJPE

Novo conflito envolve venda de helicóptero em investigação sobre lavagem de dinheiro em empresas de apostas esportivas.

Ramon Santos (DRT-6448/BA)
Por: Ramon Santos (DRT-6448/BA)
24/02/2025 às 13h47 Atualizada em 24/02/2025 às 14h14
MPPE pede punição administrativa contra juíza Andréa Calado da Cruz ao TJPE
Foto: Reprodução

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) voltou a solicitar, nesta quarta-feira (19), ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) a punição administrativa da juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal, por supostas "insinuações" sobre a lisura de sua atuação na Operação Integration. A operação investiga crimes de lavagem de dinheiro envolvendo empresas de apostas esportivas online. A subprocuradora-geral Norma Galvão de Carvalho, responsável pela manifestação, afirmou que a magistrada levantou suspeitas sobre os pareceres do MPPE.

O caso reacendeu um conflito entre o MPPE e a juíza, que já haviam trocado acusações no ano passado. O novo desentendimento envolve a venda de um helicóptero Airbus 130 T2 entre Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Esporte da Sorte, e José André da Rocha Neto, proprietário da Vai-de-Bet, ambos investigados na Operação Integration. O MPPE considerou a transação legítima, mas a juíza contestou o parecer, alegando que a análise foi incompleta e que há novos indícios de lavagem de dinheiro apontados pela Polícia Civil.

Em sua manifestação, a subprocuradora Norma Galvão de Carvalho rebateu as críticas da juíza, apresentando comprovantes de depósitos bancários relacionados à venda do helicóptero e classificando as acusações de "completamente infundadas e dissonantes da realidade". O MPPE também informou que fará uma representação disciplinar contra Andréa Calado da Cruz no TJPE, devido à "reiteração de injustas e infundadas insinuações" contra o órgão.

Este não é o primeiro embate entre as partes. Em dezembro de 2023, o MPPE acusou a juíza de mentir em despachos e de violar o dever funcional de tratar o Ministério Público com urbanidade, além de criticar sua postura como "incompatível com a imparcialidade exigível de um magistrado". Na ocasião, a juíza havia negado o arquivamento parcial de um inquérito que envolvia o cantor Gusttavo Lima e sugeriu que o MPPE estaria protegendo réus da operação.

O caso continua em aberto, com o MPPE mantendo a pressão por medidas disciplinares contra a magistrada.

Clique aqui para ver o documento "Parecer_PGJ_José André.pdf"

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