O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (25) o julgamento que pode levar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados à condição de réus por suposta participação em uma trama golpista após as eleições de 2022. A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), alega que o grupo agiu para manter Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os ministros da Primeira Turma do STF — composta por Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Luiz Fux — terão até três sessões para deliberar sobre a aceitação da denúncia. Se a maioria votar a favor, Bolsonaro e os demais denunciados passarão a responder formalmente ao processso.
A PGR sustenta que o grupo articulou ações para desacreditar as urnas eletrônicas e justificar uma intervenção militar após a eleição. Entre as evidências citadas estão reuniões no Palácio da Alvorada, supostos planos para decretar estado de defesa e mensagens que indicariam coordenação para pressionar as Forças Armadas.Se a denúncia for aceita, o caso seguirá para a fase de coleta de provas e interrogatórios, podendo levar a um futuro julgamento de mérito. Se condenado, Bolsonaro pode enfrentar penas como privação de direitos políticos e prisão, dependendo do crime tipificado.
O julgamento ocorre em meio a um clima de tensão política, com aliados do ex-presidente classificando o processo como "perseguição", enquanto o governo e movimentos democráticos defendem a apuração rigorosa.