O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou hoje um ato em defesa da anistia para os envolvidos nos protestos de 8 de janeiro de 2023, mas a mobilização ficou aquém do esperado. Apesar da presença de diversos governadores e políticos aliados, o evento não conseguiu repetir a adesão de grandes manifestações passadas, reforçando a percepção de que o líder político vem perdendo capacidade de aglutinar multidões.
Dados preliminares do Ato de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista indicam ter reunido 44,9 mil pessoas, diz monitor da USP.
Em comparação, o último grande evento de Bolsonaro na Avenida Paulista, em fevereiro de 2024, reuniu aproximadamente 185 mil pessoas, de acordo com levantamento da Universidade de São Paulo (USP). A queda na participação é significativa, especialmente considerando que o ex-presidente já mobilizou centenas de milhares em eventos anteriores, como o de 7 de setembro de 2021.
Governadores presentes, mas apoio popular minguante
Apesar do apoio de governadores de outros estados, o evento não conseguiu empolgar a base. Analistas políticos apontam que o discurso de Bolsonaro, ainda centrado em temas como "anistia" e "perseguição política", já não ressoa com a mesma intensidade.
Bolsonaro mantém ainda um forte núcleo duro, contudo fica claramente perceptível que ele não consegue mais expandir seu alcance. A falta de discursos que engajem e o crescente desgaste diante de anos de polarização entre duas forças políticas podem explicar de forma transversal a desidratação sobre o interesse popular.
Comparação com 2024: queda acentuada
O último grande ato na Avenida Paulista, em fevereiro de 2024, já havia mostrado sinais de esvaziamento. Na ocasião, a USP estimou 185 mil presentes, número bem inferior ao alcançado em anos anteriores.
Agora, com menos da metade desse público, mesmo em um evento com forte apoio de aliados políticos, fica evidente que Bolsonaro não consegue mais emplacar grandes mobilizações. Enquanto isso, outros nomes da direita buscam espaço, e o governo Lula mantém estabilidade, ainda que com baixa popularidade em setores conservadores.
Conclusão: declínio na capacidade de mobilização
O ato de hoje reforça que, sem o poder institucional da Presidência e com um discurso repetitivo, Bolsonaro já não é o mesmo fenômeno de mobilização de massas. Se antes suas convocações levavam milhares às ruas, agora ele depende cada vez mais de um grupo reduzido de fiéis – e mesmo o apoio de governadores e políticos aliados não é suficiente para reverter essa tendência.
Previsão: Se não renovar sua retórica, o ex-presidente pode ver seu movimento político definhar ainda mais nos próximos meses, além de haver um completo afastamento dos políticos que outrora estiveram enfileirados ao seu lado.