A Justiça brasileira manteve a prisão dos policiais militares suspeitos de envolvimento na morte do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, ocorrida em novembro de 2023 no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa dos agentes, que alegava constrangimento ilegal e excesso no prazo das investigações.
Gritzbach, identificado como colaborador de investigações contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), foi morto em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas. O caso ganhou notoriedade por envolver suspeitas de participação de policiais em um possível assassinato extrajudicial, levantando debates sobre corrupção, justiça paralela e a atuação de agentes públicos em operações de alto risco.
A defesa dos policiais argumentou que o prazo para conclusão do inquérito ultrapassou os 60 dias, violando o limite de 20 dias previsto no Código de Processo Penal Militar. Além disso, os advogados contestaram a falta de provas contundentes para justificar a manutenção da prisão preventiva. No entanto, o STJ considerou que a gravidade do caso e o risco de obstrução das investigações justificam a medida cautelar.
O episódio reforça a complexidade de casos que envolvem agentes do Estado em crimes violentos, especialmente quando há conexão com organizações criminosas. Enquanto as investigações prosseguem, a decisão judicial sinaliza a necessidade de apuração rigorosa, diante das acusações de que o crime possa ter sido uma execução encomendada para silenciar um delator.
A morte de Gritzbach continua a gerar repercussão, não apenas no âmbito jurídico, mas também na opinião pública, que acompanha com atenção os desdobramentos de um caso que expõe as intrincadas relações entre crime organizado e instituições de segurança.