Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um processo silencioso, mas profundo, de erosão institucional. A separação entre os Poderes, princípio basilar de qualquer regime democrático, tem sido constantemente tensionada por decisões que extrapolam os limites da magistratura. No centro desse movimento, figura o nome do ministro Alexandre de Moraes, que hoje encarna a personificação de um poder togado que se agiganta diante da República.
A toga, que deveria simbolizar equilíbrio, moderação e justiça, tem sido usada como instrumento de coerção e silenciamento. Medidas arbitrárias, prisões sem trânsito em julgado, censura prévia a veículos e perfis de comunicação, investigações conduzidas fora do devido processo legal.
A atuação de Alexandre de Moraes ultrapassou os limites de um magistrado: tornou-se juiz, vítima, acusador e executor dentro de um mesmo processo. O que se chama de “defesa da democracia” tem servido como justificativa para ações que, ironicamente, ferem o próprio espírito democrático. Liberdade de expressão, pluralismo político, presunção de inocência e direito à ampla defesa parecem cada vez mais condicionados à afinidade ideológica com os detentores do poder judicial.
A democracia brasileira, construída com tanto esforço após décadas de regime militar, agora enfrenta um novo tipo de autoritarismo: o togado, revestido de verniz jurídico, porém movido por interesses políticos. Não se trata de proteger instituições; trata-se de blindá-las contra críticas legítimas e de usá-las como ferramentas de controle.
A sociedade brasileira precisa despertar antes que seja tarde. O arbítrio, quando se instala pela caneta de um magistrado, é ainda mais perigoso: vem travestido de legalidade, blindado pela toga e amparado pelo medo.
Que este toda essa vivência sirva de alerta. A democracia brasileira não pode ser vencida pelo silêncio. Nem pelo medo. Nem pela toga. Despertai-vos!