O cenário político em Camaçari começa a se desenhar para as eleições de 2026, com uma proposta acirrada na provável disputa por vagas na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) que promete reconfigurar as forças locais. Entre os nomes que emergem como potenciais candidatos, quatro se destacam nos bastidores: o secretário municipal Ademar Lopes(PSB), o vereador Tagner Cerqueira (PT), o ex-prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil) e o ex-candidato a prefeito Flávio Matos(UB).
Fontes próximas ao governo municipal afirmam que Ademar Lopes tem ganhado espaço como uma alternativa política e por ter trânsito livre entre diferentes setores da sociedade. Com experiência em gestão pública e articulação política, o secretário é visto como um nome que pode unir diversos segmentos, mas, seu maior credenciamento é a fidelidade ao prefeito. "Ele construiu uma trajetória própria, com trabalho reconhecido, diálogo aberto com a população e nunca abandonou o Caetano, mesmo quando ficou sem mandato", destacou um aliado, que preferiu não se identificar.
Já o vereador Tagner Cerqueira, líder do governo na Câmara Municipal e o mais votado nas últimas eleições, representa a aposta petista do Movimento PT (MPT), na região. Apesar de sua popularidade, analistas políticos afirmam que o bloco do prefeito pode repetir a dose de 2006 e 2008, e voltar a eleger dois nomes à ALBA. "Tagner é Lopes, não disputam internamente, vão somar esforços num mapa bem feito por seus líderes Caetano e Ivoneide", ponderou um observador da política local.
Do lado da oposição, Elinaldo Araújo busca consolidar seu projeto de retorno ao poder. Apoiado por ACM Neto e com uma aliança estratégica com o deputado estadual Manuel Rocha (União Brasil), o ex-prefeito tenta reforçar sua base eleitoral. No entanto, a presença de Flávio Matos, derrotado na última eleição municipal, pode complicar seus planos. "Elinaldo tem estrutura, mas Flávio Matos tem seus apoiadores conquistados neste último pleito eleitoral. Se os dois entrarem na disputa, podem dividir votos", explicou uma fonte ligada ao União Brasil.
Nos bastidores, a movimentação é intensa. Enquanto Ademar Lopes busca capitalizar seu perfil técnico e político, os demais nomes se articulam dentro de suas respectivas estruturas partidárias. A cidade, que tradicionalmente elege dois deputados estaduais, poderia inclusive ocupar mais vagas caso a disputa não se fragmente no bloco oposicionista.
Moradores e lideranças comunitárias acompanham o desenrolar do cenário com atenção. "A gente precisa de representantes que conheçam nossa realidade e não fiquem só no discurso", afirmou uma liderança local, que não quis se identificar.
Com 2026 se aproximando, a política em Camaçari promete esquentar ainda mais. Enquanto isso, os quatro nomes seguem em campanha silenciosa, buscando consolidar apoios e estratégias para a grande disputa que se avizinha.