Elon Musk encerrou seu mandato como conselheiro especial e líder do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) no governo do presidente Donald Trump nesta quarta-feira (28). A saída do bilionário, inicialmente prevista para sexta-feira (30), foi antecipada e confirmada pela Casa Branca. Em um post no X (antigo Twitter), Musk agradeceu a Trump pelo período de colaboração, afirmando que seu tempo de serviço estava concluído.
Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, integrou o governo como assessor em janeiro deste ano, mas sua passagem foi marcada por tensões, especialmente em relação a políticas econômicas e tarifas de importação. O empresário, cuja empresa tem operações na China e nos EUA, criticou publicamente as medidas protecionistas defendidas por Trump e seu assessor Peter Navarro, argumentando que elas prejudicavam os negócios da Tesla e a competitividade industrial americana.
As tarifas sobre produtos chineses foram um ponto central do desentendimento. Musk chegou a tentar influenciar mudanças na política comercial, mas enfrentou resistência dentro do governo. Seu irmão, Kimbal Musk, também se manifestou contra as medidas, classificando-as como um "imposto estrutural e permanente" que onerava os consumidores americanos e afetava o consumo interno.
Analistas políticos apontam que a presença de Musk no governo se tornou um "fardo político" para Trump, já que o bilionário, apesar de seu alinhamento inicial com o republicano, divergia em temas sensíveis, como comércio exterior e subsídios à indústria verde.
Com a saída, Musk deve retomar seus projetos à frente das empresas que comanda, incluindo a Neuralink e a The Boring Company. Ainda não há informações sobre um eventual novo conselheiro para o DOGE. A Casa Branca afirmou que continuará trabalhando para "otimizar a eficiência governamental", uma das bandeiras da gestão Trump.
A relação entre Musk e o governo federal, no entanto, segue em pauta, especialmente diante de possíveis novos embates sobre regulações tecnológicas e energéticas nos próximos meses.