Um momento que deveria ser de autocuidado virou um pesadelo para a aposentada M.T.A.A., de 66 anos. Em fevereiro deste ano, após fazer as unhas em um salão de beleza, ela sofreu uma infecção grave no dedo, que culminou na perda da ponta do polegar, quatro cirurgias e 70 sessões de fisioterapia. O caso só veio a público na última semana.
Segundo a filha, B.T., a mãe não costumava frequentar o salão onde fez o procedimento e utilizou os materiais do próprio estabelecimento. Ela relatou que a manicure foi cuidadosa, especialmente ao ser alertada por M. de que não gostava de tirar cutículas. Mesmo assim, durante o lixamento, um ferimento se formou sob a unha e só foi notado na hora de retirar o excesso de esmalte, quando houve ardência no local.
No mesmo dia, a família viajou. Durante o trajeto, M. começou a sentir dores intensas. Já na madrugada, as dores aumentaram, levando-a a desmaiar. Na manhã seguinte, foi levada ao hospital, onde os médicos identificaram uma infecção grave e iniciaram imediatamente o tratamento com antibióticos e anti-inflamatórios. No entanto, a dor persistiu, e a família retornou ao hospital ainda no mesmo dia.
Ao voltar para casa, M. foi submetida a uma cirurgia de emergência. O ortopedista F.F., responsável pelo caso, afirmou que a paciente chegou ao hospital com uma infecção agressiva. Foram necessárias duas limpezas cirúrgicas, além de um enxerto e um retoque posterior no polegar. Uma quinta cirurgia está prevista para tentar melhorar a mobilidade e a estética do dedo, que ficou rígido e teve o nervo afetado.
“O caso foi causado pelo procedimento feito pela manicure. A unha e a cutícula funcionam como barreiras naturais contra bactérias. Quando há cortes ou remoção excessiva, cria-se uma porta de entrada para infecções graves”, explicou o médico.
B. informou que a mãe não possui comorbidades, como diabetes ou problemas cardíacos, que pudessem ter agravado o quadro. “Ela é saudável. A infecção se instalou de forma muito rápida”, afirmou.
A família chegou a entrar em contato com o salão, que não teve o nome divulgado. Segundo B., os proprietários se ofereceram para custear os gastos com medicamentos, mas a família recusou. “A gente só quis alertar, desde o primeiro dia, para que não acontecesse com mais ninguém. E depois, com as cirurgias, voltamos a avisar, para que tivessem noção da gravidade”, disse.
Apesar da recuperação lenta, M. tem seguido o tratamento com fisioterapia e espera uma melhora com a cirurgia programada. O caso serve de alerta para os riscos de procedimentos estéticos que, mesmo parecendo inofensivos, podem causar consequências severas à saúde.