O Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) recomendou à Neoenergia Coelba que adote, com urgência, medidas de proteção à fauna silvestre na região da Floresta do Aruá, em Praia do Forte, distrito de Mata de São João, no Litoral Norte baiano. A recomendação foi feita pelo promotor de Justiça Thomas Bryann Freitas do Nascimento, após a constatação de mortes de animais por choques elétricos causados por redes da empresa.
De acordo com inquérito civil conduzido pelo MPBA, os acidentes ocorrem devido à falta de proteção nos cabos e postes, o que ameaça a vida de animais que utilizam as redes elétricas como rota entre árvores. Laudos técnicos do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA) revelaram que várias preguiças, incluindo a preguiça-de-coleira — uma espécie ameaçada de extinção —, foram eletrocutadas nos últimos meses. O número de registros de acidentes desse tipo na região está em crescimento.
O promotor destacou que a Floresta do Aruá faz parte de um corredor ecológico da Mata Atlântica, essencial para a preservação da biodiversidade local. “Mesmo com diversas reuniões realizadas com a Neoenergia Coelba, onde foram assumidos compromissos de proteção ambiental, a empresa ainda não apresentou plano completo de adequação da rede elétrica da região nem cumpriu o que foi acordado”, afirmou Thomas Bryann.
Diante do cenário, o MPBA propôs que a Neoenergia elabore e envie um plano detalhado de ações, contendo o mapeamento da rede elétrica, um cronograma de execução e as medidas efetivas de proteção. A empresa também deverá apresentar informações atualizadas sobre o estado das instalações existentes e das que ainda serão implantadas na área.