A dor da perda ainda é viva para a família da nutricionista Larissa Pavan de Assis, de 27 anos, assassinada a tiros em Guarajuba, distrito de Camaçari, em 7 de dezembro de 2024. Sete meses após o crime que chocou a região, a busca por justiça ganhou um novo capítulo: um dos acusados, Marlon Ribeiro dos Santos, passou a integrar a lista de foragidos da Interpol.
De acordo com documento oficial da Vara do Júri e Execuções Penais de Camaçari, a Polícia Federal confirmou, em 9 de outubro de 2025, a publicação da Difusão Vermelha — alerta internacional que permite a prisão do procurado em mais de 190 países. A inclusão foi solicitada pela Justiça baiana e validada pela Interpol, sob o controle nº A-14701/10-2025. Segundo o alerta, Marlon é considerado “armado, perigoso e com risco de fuga” e teria deixado o Brasil após a expedição do mandado de prisão preventiva, emitido em 5 de setembro de 2025. Ele é acusado de homicídio qualificado e tentativa de homicídio, crimes previstos no artigo 121, §2º, do Código Penal.
O crime ocorreu na noite de 7 de dezembro de 2024. Larissa retornava de Salvador acompanhada dos irmãos quando o carro de aplicativo em que estavam foi alvejado por disparos na BA-099 (Estrada do Coco). O motorista sobreviveu com ferimentos, mas Larissa morreu no local. As investigações da Polícia Civil apontaram Marlon Ribeiro dos Santos, Fábio Ribeiro e Felipe Melo Ribeiro como responsáveis pelo ataque. Segundo apuração, os acusados estavam em um Jeep Renegade branco e atacaram o veículo após uma discussão no trânsito. Câmeras de segurança e perícia balística confirmaram a dinâmica do crime.
Marlon teria alegado ter confundido o carro com uma tentativa de assalto, mas fugiu antes da conclusão do inquérito. O coautor Fábio Ribeiro também segue foragido, enquanto Felipe Melo Ribeiro foi preso em 17 de julho deste ano.
A família de Larissa mantém um apelo constante pela prisão dos responsáveis. “Minha filha tinha toda uma vida pela frente. Como esses assassinos podem continuar livres enquanto nós sofremos todos os dias?”, lamenta Roseli Pavan, mãe da vítima. O advogado da família, Dr. Richard Lacrose, reforça que qualquer informação sobre o paradeiro dos foragidos pode ser repassada anonimamente ao Disque Denúncia (181). “A inclusão na lista da Interpol mostra que a Justiça não desistiu. Mas precisamos do apoio da sociedade para que esses homens respondam por seus atos e a família de Larissa possa, enfim, ter paz”, afirma.
Segundo a documentação da Interpol, Marlon Ribeiro dos Santos nasceu em Camaçari (BA), em 23 de fevereiro de 2000, e pode tentar se refugiar nos Estados Unidos. O alerta determina que, caso seja localizado, ele seja preso provisoriamente para extradição ao Brasil.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil e tramita na Justiça baiana sob a condução da juíza Maria Cláudia Salles Parente. O Ministério Público da Bahia é o autor da ação penal. A reportagem do É Notícias tentou contato com o Departamento de Homicídios e com a defesa dos acusados, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Enquanto aguardam por justiça, os parentes de Larissa mantêm viva a memória da jovem — que completaria 28 anos em dezembro. “O tempo passa, mas a dor continua. O que queremos é paz e justiça”, desabafa a mãe.