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Esquema de fraude em jogos de futebol movimentava milhões em apostas

Mensagens de áudio revelam plano de manipular resultados e lucrar com apostas online. Grupo usava robôs para evitar detecção da fraude.

12/05/2023 18h09
Por: Ramon Santos (DRT-6448/BA)
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Um grupo criminoso que manipulava resultados de partidas de futebol planejava ganhar até R$ 2 milhões em um único fim de semana com apostas online. A revelação foi feita por mensagens de áudio enviadas pelos envolvidos em um grupo de WhatsApp. Entre eles, estava um jogador que atuava em um time goiano.

Em uma das gravações, um dos integrantes do esquema diz: “Se a gente trabalhar com dois dá pra fazer pelo menos um milhãozinho, um milhãozinho e meio. Paga cem mil pros cara, nóis conta um milhão. Um milhão no final e semana”. Em outra, o jogador menciona uma operação com seis jogadores para bater a meta de R$ 2 milhões.

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O esquema foi descoberto pelo Ministério Público de Goiás, que deflagrou a Operação Penalidade Máxima nesta semana. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos endereços dos suspeitos. O advogado que representa o jogador disse a um site de notícias que vai se manifestar sobre as acusações no momento oportuno.

Segundo as investigações, o grupo recrutava jogadores oferecendo entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que eles realizassem ações combinadas durante os jogos, como faltas, cartões, escanteios e até derrotas. Com isso, os apostadores lucravam em vários sites de apostas.

Para evitar a detecção da fraude, o grupo usava robôs para gerenciar as apostas. Os robôs eram ferramentas de inteligência artificial que permitiam fazer várias apostas simultâneas com o mesmo conjunto de jogadas. Cada conta rendia em média R$ 500 e o total das apostas podia chegar a R$ 300 mil por jogo. Com os robôs, os suspeitos conseguiam acessar até 35 contas ao mesmo tempo.

O grupo era composto por quatro núcleos: apostadores, financiadores, intermediadores e administrativo. Os apostadores eram responsáveis por recrutar e pagar os jogadores e fazer as apostas. Os financiadores forneciam os recursos para o esquema. Os intermediadores indicavam e facilitavam o contato entre os apostadores e os jogadores. O núcleo administrativo cuidava das transferências de dinheiro para os membros da organização e para os jogadores recrutados.

O caso veio à tona no final de 2022, quando um jogador aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti em um jogo contra um time pernambucano pela Série B do Campeonato Brasileiro. Ele recebeu um adiantamento de R$ 10 mil e seria pago após o jogo se cumprisse o combinado. O presidente do time goiano, que também é policial militar, soube do caso e entregou as provas ao Ministério Público.

No celular do jogador foram encontradas várias fotos com grandes quantias de dinheiro. Essas imagens eram usadas para comprovar os pagamentos que seriam feitos aos jogadores envolvidos no esquema.

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