Vítima de injúria racial após confronto entre Bahia e JC pelas quartas de final da Série A2 do Campeonato Brasileiro feminino, a atleta Suelen se pronunciou sobre o crime cometido pelo português Hugo Duarte, treinador da equipe amazonense.
Em publicação feita em seu perfil no Instagram, Suelen afirmou que o comandante do JC “utilizou de mecanismo de opressão para inferiorizar sua negritude”. A árbitra relatou a denúncia da jogadora na súmula da partida.
“A Constituição Brasileira delineia o direito de ser tratado como igual perante os demais membros da sociedade, sem discrição de etnia e raça. Entretanto, lamentavelmente, ontem, na partida que garantiu o tão esperado acesso para a elite do futebol brasileiro, fui submetida ao ato de racismo praticado pelo criminoso treinador do time adversário, pois utilizou de mecanismo de opressão para inferiorizar minha negritude”, declarou.
“A naturalização que se foi proferida mais de uma vez pela expressão racista ‘macaca’ tenta silenciar a minha figura como mulher preta no esporte, porém o ato de denúncia é a arma que tenho para combater o racista. Agradeço às minhas companheiras, família e ao Bahia por todo o suporte e acolhimento”, complementou.
O treinador português foi detido por uma equipe do Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (BEPE) e segue preso na Central de Flagrantes, para onde foi levado.
A partida terminou empatada em 0 a 0. No jogo de ida, no Amazonas, o Bahia venceu por 2 a 0. Nas semifinais, as Mulheres de Aço vão enfrentar o Sport, com decisão em dois jogos, valendo vaga na decisão da Série A2 do Brasileirão feminino.