O Ministério da Justiça enviou, neste sábado (31), agentes da Força Penal Nacional para reforçar a segurança do Conjunto Penal de Eunápolis, no sul da Bahia, após uma série de episódios violentos, incluindo um atentado contra o diretor da unidade. A ação ocorre em meio a uma crise no sistema prisional local, que já registrou fugas em massa e denúncias de corrupção.
A equipe, composta por policiais penais federais e estaduais de 12 unidades da federação, foi recebida pelo Grupamento Especializado em Operações Prisionais (Geop) e por agentes locais. A intervenção, autorizada pelo ministro Ricardo Lewandowski, terá duração inicial de 30 dias, com possibilidade de prorrogação.
O Conjunto Penal de Eunápolis vive um cenário de instabilidade desde dezembro de 2024, quando 16 detentos fugiram após um grupo criminoso invadir o local. A então diretora, Joneuma Silva Neres, foi presa sob suspeita de facilitar a ação.
Na última semana, a tensão aumentou após um atentado contra o atual diretor, Jorge Magno, que sobreviveu ao ataque. O episódio acendeu o alerta para a escalada da violência e a influência de facções criminosas na administração do presídio.
O secretário de Administração Penitenciária da Bahia, Nestor Duarte, afirmou que o estado "coopera integralmente com a União" para restabelecer a ordem. Enquanto isso, moradores de Eunápolis temem retaliações de facções e cobram medidas de longo prazo.
Especialistas alertam que a intervenção temporária pode não resolver problemas estruturais, como superlotação e infiltração criminosa.
A operação segue em andamento, e o governo federal promete avaliar resultados antes do fim do prazo inicial. Enquanto isso, a população aguarda para ver se a medida trará alívio à crise carcerária na região.